"Não haverá acusação", indicou o procurador austríaco Hansjörg Mayr, num comunicado citado pelas agências internacionais.
"Não há evidências de que alguém fez ou deixou de fazer algo que pudesse aumentar o risco de contágio" do novo coronavírus, prosseguiu a mesma nota da procuradoria de Innsbruck.
Cinco autoridades regionais da zona dos Alpes austríacos foram alvo desta investigação e a Justiça austríaca pretendia saber se estes responsáveis poderiam ter evitado a formação de um surto de contágio pelo novo coronavírus logo no início da pandemia.
Esta decisão "não tem impacto" nas queixas cíveis apresentadas por uma associação de consumidores que agrupou vários processos.
O primeiro julgamento teve início em setembro e, neste caso, cerca de 15 queixas foram apresentadas.
Mais de 6.000 pessoas de 45 países afirmam que eles ou os seus familiares foram infetados na estação de esqui de Ischgl, nos Alpes austríacos, ou nos arredores devido à negligência e gestão caótica do local.
Um total de 32 pessoas que estiveram na estação de esqui de Ischgl acabariam por morrer.
De acordo com um relatório de especialistas independentes, o primeiro alerta foi emitido em 05 de março pela Islândia -- que ficou alarmada com o regresso de viajantes contaminados de Ischgl -, mas este foi ignorado.
"Em 08 de março, ficou claramente estabelecido que a equipa de turismo de Ischgl tinha contraído o vírus, mas a reação foi muito fraca, muito lenta, ocorreu tarde demais", denunciou durante o primeiro julgamento um dos advogados da associação de consumidores VSV, que reúne as queixas.
Para o advogado, tudo foi feito para minimizar a gravidade da situação e permitir que a temporada continuasse como se nada tivesse acontecido, por receio do impacto financeiro no "influente" setor turístico do Tirol.
Poucos dias depois, o então chanceler austríaco, Sebastian Kurz, decretou o confinamento local e pediu a milhares de turistas que deixassem o local em poucas horas.
A covid-19 provocou pelo menos 5.165.289 mortes em todo o mundo, entre mais de 258,29 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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