Os manifestantes, que bloquearam a circulação no centro da cidade, transportavam cartazes com as frases "Fim à falsa pandemia", "Não ao genocídio" ou ainda "Não às mentiras".
Um dos manifestantes, Oleksii Mykytenko, professor de informática de 48 anos, declarou à agência noticiosa AFP que foi suspenso das suas funções por ter recusado vacinar-se. "Por que motivo foram violados os meus direitos? Por que motivo me deveria injetar com essa substância?", indicou.
Quatro vacinas estão atualmente disponíveis na Ucrânia -- Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e a chinesa Coronavac -- mas muitos hesitam, por designadamente recearem complicações.
Apesar de uma aceleração da campanha nas últimas semanas, sob pressão das autoridades que introduziram restrições para os não vacinados, até ao momento apenas 26% dos ucranianos receberam as suas doses.
Diversos responsáveis ucranianos asseguraram recentemente que a oposição às vacinas no país foi "organizada pelo Kremlin" para desestabilizar a situação no país vizinho, com quem Moscovo mantém um grave contencioso desde 2014.
"Os serviços especiais russos tentam sabotar a confiança na vacinação" nas redes sociais, ao definirem os esforços governamentais como um "atentado aos direitos humanos" e apelando a manifestações, considerou Rouslan Demtchenko, secretário-adjunto do Conselho de Segurança Nacional, num artigo divulgado em diversos 'media'.
A Rússia, também confrontada com uma campanha de vacinação com sucesso mitigado, apesar dos apelos das autoridades, tem sistematicamente negado qualquer ingerência na Ucrânia.
A Ucrânia, um dos países mais pobres da Europa, confronta-se há várias semanas com a pior vaga de covid-19. As autoridades registaram mais de 3,3 milhões de casos e 82.913 mortes desde o início da pandemia, num total de cerca de 40 milhões de habitantes.
A covid-19 provocou pelo menos 5.165.289 mortes em todo o mundo, entre mais de 258,29 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da AFP.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.370 pessoas e foram contabilizados 1.130.370 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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