A situação "deixa desprotegida a maior parte dos profissionais de saúde na linha de frente contra a pandemia", lê-se num comunicado divulgado pela representação regional da OMS para África.
"A maioria dos profissionais de saúde na África ainda não foi vacinada e continua perigosamente exposta a formas graves" da doença, alertou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África, que intervinha numa videoconferência de imprensa.
No entanto, de acordo com a OMS, "é essencial que os profissionais de saúde beneficiem de uma elevada cobertura de imunização, não apenas para sua própria proteção, mas também para a proteção dos doentes e para que os sistemas de saúde continuem a funcionar em momentos de extrema necessidade".
"A falta de profissionais de saúde em África é grave e profunda", recordou a OMS, acrescentando que 16 países do continente têm menos de um profissional de saúde por 1.000 habitantes.
Matshidiso Moeti frisou que "dado o aumento de casos em África expectável depois das férias, os países precisam urgentemente de acelerar a distribuição de vacinas para os profissionais de saúde".
"A pouco e pouco estamos a superar em África os problemas de fornecimento das doses da vacina. Agora não é hora de permitir que a desconfiança nas vacinas nos condicione", acrescentou.
De acordo com a OMS, "após quase quatro meses de declínio sustentado, o número de casos de covid-19 na população em geral estabilizou em África".
"Pela primeira vez desde o pico da terceira onda em agosto, o número de casos aumentou no sul da África, crescendo 48% na semana que terminou em 21 de novembro em relação à semana anterior", especificou a OMS.
Segundo a OMS, um estudo recente de 22 países de rendimento económico elevado revela que mais de 80% dos seus profissionais de saúde já estão totalmente imunizados.
A covid-19 provocou pelo menos 5.173.915 mortes em todo o mundo, entre mais de 258,92 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.385 pessoas e foram contabilizados 1.133.241 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
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