Avião da Frontex vai reforçar controlo migratório no Canal da Mancha

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, anunciou hoje que a partir de 01 de dezembro um avião da agência europeia Frontex será mobilizado para detetar e intercetar travessias marítimas ilegais com o Reino Unido.

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© Frontex

Lusa
28/11/2021 18:45 ‧ 28/11/2021 por Lusa

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Migrações

"Dia e noite, o avião poderá ajudar as polícias francesa, holandesa e belga, porque os barcos não saem apenas da França, para observar as redes de traficantes e as travessias e evitá-las com a maior antecedência possível", disse Darmanin, no final de uma reunião em Calais, onde foram discutidas formas de controlar a imigração ilegal.

Na reunião, convocada após a morte de 27 pessoas num naufrágio, na quarta-feira, também participaram os ministros do Interior da Alemanha, da Bélgica e dos Países Baixos, além da comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, e dos diretores executivos das agências de segurança Frontex e Europol.

O encontro teve um caráter eminentemente político e Darmanin disse que a França conta anunciar "grandes avanços" na luta contra a imigração ilegal, quando assumir a presidência do Conselho da União Europeia, em janeiro próximo.

O ministro francês antecipou "uma luta ainda mais intensa" contra os fluxos migratórios e os seus traficantes e aproveitou para pedir ao Reino Unido -- que foi excluído pela França desta reunião, após incidentes diplomáticos entre os dois países, sobre esta matéria -- para se responsabilizar pelos dramas no Canal da Mancha.

"Se os migrantes aparecem aqui é porque são atraídos para o Reino Unido, pelo seu mercado de trabalho", disse Darmanin, na reunião em Calais, apelando a um contributo rápido e eficaz de Londres.

No final da reunião, um alto funcionário do Governo alemão também disse ser "urgente" a adoção de "um acordo entre a União Europeia e o Reino Unido", sobre a migração.

"O Reino Unido tem um papel importante a desempenhar. Precisamos de um acordo entre a União Europeia e o Reino Unido", afirmou Stephan Mayer, do Ministério do Interior alemão, durante uma conferência de imprensa.

As travessias de migrantes ilegais no Canal da Mancha têm-se intensificado desde 2018, depois de as autoridades europeias terem bloqueado o seu acesso ao Eurotúnel, e os países europeus procuram agora formas eficazes de travar as redes de contrabando de seres humanos a quem são imputadas culpas nos acidentes com imigrantes.

Leia Também: Travessias ilegais das fronteiras da UE até outubro crescem quase 70%

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