O diretor do Centro de Controlo de Doenças da China, Xu Wenbo, destacou em entrevista à televisão estatal CCTV que o Centro desenvolveu um método de deteção de ácido nucleico que a nova variante não pode contornar e que permite "determinar continuamente possíveis casos importados".
Apesar das mutações que esta variante apresenta, Xu disse estar confiante de que as vacinas podem "reduzir a proporção de doentes graves e mortos" e garantiu que as inoculações de segunda geração que estão a ser desenvolvidas pelo país "serão capazes de lidar" com a estirpe.
A China administrou 2.492 milhões de doses das suas vacinas, o suficiente para inocular mais de 80% da população.
Xu explicou que a variante Ómicron não implica necessariamente uma mudança fundamental, visto que o "serótipo ainda é o do SARS-CoV-2", e acrescentou que "ainda não se sabe se a Ómicron se espalhará mais rapidamente".
A região semi-autónoma de Hong Kong detetou, nos últimos dias, três casos desta variante, que ainda não foi detetada no continente chinês.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que os riscos globais impostos pela nova variante são "muito altos" e Xu pediu à população chinesa que mantenha uma distância segura, use máscaras e não saia do país a menos que seja indispensável.
O epidemiologista chinês Zhang Wenhong, uma das vozes mais reconhecidas no país asiático durante a pandemia, descartou no último fim de semana que a Ómicron tenha um impacto significativo na China graças à rígida política de "tolerância zero" com o vírus e à "resposta rápida do país" para lidar com qualquer nova variante.
A China mantém uma política de "zero casos", que inclui quarentena obrigatória de pelo menos 14 dias para qualquer viajante que entre no país asiático.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde da China, desde o início da pandemia, o país registou 98.711 casos, entre as quais 4.636 foram mortais.
A covid-19 provocou pelo menos 5.197.718 mortos mortes em todo o mundo, entre mais de 260,81 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 na China. Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o "elevado número de mutações" pode implicar uma maior infecciosidade.
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