Mulheres protestam para exigir abertura das escolas no Afeganistão

Um grupo de mulheres e raparigas protestou hoje em frente à porta da escola secundária BiBi Maryam, na capital afegã, Cabul, para exigir o direito à educação e as reivindicações que conquistaram nos últimos 20 anos.

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Lusa
01/12/2021 00:02 ‧ 01/12/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

Muitos dos direitos das mulheres foram perdidos após a chegada dos talibãs ao poder no Afeganistão.

"Conseguimos as nossas conquistas com muitos sacrifícios, a maioria das mulheres teve que lutar esta batalha desde casa", disse uma das mulheres sem revelar o seu nome, numa mensagem gravada durante a manifestação e difundida nas redes sociais.

Nas últimas duas décadas as mulheres afegãs tiveram avanços significativos em matéria de direitos, acabando com uma época de opressão imposta durante o primeiro governo dos talibãs entre 1996 e 2001, quando o grupo extremista islâmico as proibiu de estudar ou trabalhar.

Após o regresso dos talibãs ao poder, em 15 de agosto, as mulheres viram mais uma vez essas conquistas desaparecerem.

"Sofremos com o regime anterior dos talibãs e partimos do nada para chegar a esta fase, aguentámos muito para alcançar as nossas conquistas", disse a manifestante.

Embora o regime talibã tenha reintroduzido o medo à população, especialmente às mulheres, o país tem assinalado protestos esporádicos de alguns grupos que têm reivindicado os seus direitos, algo que era impensável durante o primeiro governo dos fundamentalistas islâmicos.

"Fechar escolas é como fechar a boca às mulheres. O que levou ao mundo 100 anos, nós [afegãs] conquistámos em 20 anos com muitas dificuldades e sacrifícios", afirmou, referindo-se ao direito das mulheres à educação.

O regime tem sido criticado, de forma continua, tanto no Afeganistão como na comunidade internacional por não permitir que as mulheres regressem aos seus empregos ou que as estudantes do ensino secundário voltem às escolas.

No entanto, o primeiro-ministro do governo interino dos talibãs, Mullah Hassan Akhund, disse há dois dias que as mulheres terão acesso à educação e ao trabalho e que "estão seguras no Afeganistão".

 

 

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