Os Estados Unidos identificaram o primeiro caso da nova variante do SARS-CoV-2 Ómicron, na Califórnia, adiantaram os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
Trata-se de uma pessoa que viajou de África do Sul para os Estados Unidos no passado dia 22 de novembro e que testou positivo sete dias depois.
As autoridades detalham que o infetado tem sintomas leves da doença.
De acordo com a informação que o epidemiologista Anthony Fauci prestou aos jornalistas na Casa Branca, a pessoa infetada estava vacinada com as duas doses da vacina contra a Covid-19, não tendo ainda feito o reforço.
O especialista, que é também conselheiro de Biden, adiantou ainda que o infetado está a cumprir quarentena e que todos os seus contactos próximos foram contactos e que, até agora, todos testaram negativo para o vírus.
Breaking: The first confirmed case of #OmicronVariant has been detected in the United States. Everyone 5 years and older should get vaccinated against #COVID19. Boosters are recommended for everyone 18 years and older. Read CDC's full statement. https://t.co/raCFpQ6I1h
— CDC (@CDCgov) December 1, 2021
A administração de Joe Biden restringiu no final de novembro as viagens da África Austral, onde a variante do coronavírus, que provoca a doença covid-19, foi identificada pela primeira vez e onde se começou a generalizar. Foram também identificados clusters de casos em cerca de duas dúzias de outras nações.
Nos Estados Unidos, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças estão a tomar medidas para reforçar as regras de testes para viajantes do estrangeiro e consideram também a possibilidade de exigir testes após a chegada ao país.
No entanto, segundo os especialistas as medidas apenas servem para "ganhar tempo", para que os cientistas aprendam mais sobre a nova variante e sobre as precauções a serem tomadas.
Até agora ainda falta informação sobre a nova variante, incluindo se é mais contagiosa do que as estirpes anteriores, se torna as pessoas mais gravemente doentes, ou se as vacinas não são tão eficazes com ela.
Anthony Fauci, o maior especialista em doenças infeciosas dos Estados Unidos, disse que dentro de duas semanas se saberá mais sobre a variante Ómicron.
O anúncio do primeiro caso nos Estados Unidos surge quando o Presidente, Joe Biden, está a delinear a estratégia para combater o vírus durante o inverno. Joe Biden tentou acalmar o alarme sobre a variante Ómicron, dizendo que era um motivo de preocupação mas "não um motivo de pânico".
Joe Biden e os responsáveis pela saúde pública tornaram mais insistentes os apelos para que os americanos sejam vacinados, e para que os que já foram tomem doses de reforço.
Vacinas podem ser menos eficazes, mas continuam a 'arma'
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu esta quarta-feira que as vacinas anticovid podem ser menos eficazes face à nova variante Ómicron, mas insiste em evitar alarmismos porque vão continuar a ser evitadas as formas mais graves da doença.
No seu boletim epidemiológico semanal, a OMS indica que algumas mutações da Ómicron "podem aumentar a sua capacidade de transmissão e/ou permitir um certo grau de perda de imunidade".
Os especialistas acreditam que as vacinas existentes - que até podem ser modificadas nos próximos meses para se adaptarem à variante Ómicron - poderão ser menos eficazes quanto à prevenção do simples contágio por covid-19.
Isso já aconteceu com a variante delta, que, entretanto, se tornou a dominante no mundo - com mais de 99% dos casos globais - reduzindo a proteção do contágio de 60 para 40 por cento, segundo indicou há uma semana a própria OMS.
No entanto, de acordo com o mesmo boletim, as vacinas parecem manter a sua eficácia contra as formas graves da doença, incluindo os contágios por variante Ómicron, ressalvando que, mesmo assim, os dados atuais ainda são limitados devido ao relativamente baixo número de casos estudados.
Face aos dados preliminares, a chefe da unidade técnica anticovid da OMS, María Van Kerkhove, defendeu, em conferência de imprensa, a necessidade de se vacinarem todos os que tiverem acesso às vacinas.
"Não se deve assustar desnecessariamente a opinião pública", disse a especialista, sublinhando que "mesmo que exista uma redução da eficácia das vacinas existentes, continua a ser melhor ser vacinado, porque se podem salvar vidas".
Os últimos dados indicam que África regista um aumento de hospitalizações, mas Van Kerkhove assinalou que pode ser explicado por uma consequência normal do aumento de casos em geral naquele continente, e não apenas os da nova variante.
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