"Devo dizer-vos que as recentes medidas, as recentes declarações, não são de natureza a tornarmo-nos otimistas", indicou Blinken no decurso de uma conferência de imprensa em Estocolmo, à margem de uma reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
"Mas mesmo que o tempo passe, ainda não é demasiado tarde para que o Irão mude de atitude e dialogue de forma significativa num esforço" para recuperar o acordo de 2015 destinado a impedir Teerão de possuir a bomba atómica, acrescentou o chefe da diplomacia de Washington.
Hoje, o primeiro-ministro israelita Naftali Bennett, no decurso de um contacto telefónico, pediu a Blinken o "fim imediato" das negociações sobre o programa nuclear iraniano que foram retomadas na segunda-feira em Viena após cinco meses de interrupção.
Interrogado sobre este pedido, o chefe da diplomacia de Washington não se pronunciou diretamente.
"Vamos saber muito rapidamente, dentro de um ou dois dias, se o Irão é sério, ou não", referiu apenas. "Num futuro próximo poderemos observar se o Irão pretende dialogar de boa-fé", acrescentou.
O designado JCPOA (Plano de Ação Conjunto Global), concluído em 2015 entre o Irão e seis potências (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) está moribundo desde 2018, após a administração do então Presidente Donald Trump ter denunciado o acordo para impor a Teerão um verdadeiro bloqueio económico através de pesadas sanções.
Pelo contrário, o acordo de 2015 oferecia a Teerão um levantamento de parte das sanções em troca de uma redução drástica do seu programa nuclear, colocado sob o controlo da ONU.
Em resposta à decisão de Trump, o Irão optou por renunciar aos seus compromissos, e agora exige o fim das sanções como primeira medida para o regresso aos compromissos de 2015.
O atual Presidente dos EUA, Joe Biden, admitiu por sua vez disponibilidade para regressar ao acordo, caso o Irão reimponha as suas restrições nucleares.
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