Nehammer foi eleito por unanimidade pela direção do partido, reunida hoje de urgência após o ex-chanceler Sebastian Kurz ter anunciado na quinta-feira a sua saída da vida política e, portanto, da liderança do partido.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Schallenberg, que assumiu o cargo de chanceler em meados de outubro após a renúncia de Kurz como chefe do Governo devido a acusações de corrupção, também renunciou ao cargo na quinta-feira, alegando querer abrir "o caminho do poder a quem assumir a liderança do Partido Popular".
"Fui hoje nomeado por unanimidade pela liderança do ÖVP [sigla do Partido Popular, conservador) como presidente do partido e, consequentemente, como candidato a chanceler", disse Nehammer, em conferência de imprensa realizada em Viena.
"Estou extremamente grato, é uma honra e um privilégio que não esperava", acrescentou.
Nehammer aproveitou para anunciar uma remodelação do Governo, indicando que Schallenberg voltará a ocupar o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, pasta que ocupou até outubro, quando assumiu o Governo, mas que as pastas das Finanças, da Educação e do Interior irão mudar de mãos.
O ministro das Finanças, Gernot Blümel, já anunciou a sua demissão.
No primeiro discurso após saber da nomeação, Nehammer garantiu que a sua intenção é manter a linha seguida pelo Partido Popular no âmbito da coligação governamental com os ecologistas Verdes, iniciada em janeiro de 2020.
O candidato a chanceler adiantou que quer manter um rígido controlo da imigração e avançar com a reforma fiscal para, segundo explicou, reduzir a carga de impostos sobre quem ganha menos, além de garantir que manterá os planos de reforçar o combate às mudanças climáticas.
Além disso, sublinhou que pretende continuar a estratégia de combate à pandemia de covid-19 na Áustria, onde o baixo nível de vacinação causou uma quarta vaga de infeções e mortes, o que inclui a intenção de impor a vacinação obrigatória a partir de fevereiro.
Sebastian Kurz renunciou ao cargo de chanceler a 09 de outubro, depois da procuradoria da Justiça austríaca ter anunciado que era um dos alvos de uma investigação de suspeita de subornos e abuso de confiança. O ex-chanceler nega ter cometido qualquer crime.
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