O homem detido, esta terça-feira, suspeito de estar ligado ao homicídio do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi libertado, num caso de “identidade equivocada”.
Khaled Aedh Al-Otaibi, de 33 anos, estava prestes a embarcar num voo para Riade, na Arábia Saudita, quando foi detido no aeroporto Roissy, perto de Paris, em França.
O homem terá o mesmo nome de um antigo guarda da coroa saudita, que consta em documentos dos Estados Unidos e do Reino Unido e num relatório das Nações Unidas como sendo um dos 15 homens envolvidos na morte do jornalista, na Turquia.
No final do dia de ontem, a embaixada da Arábia Saudita em Paris já tinha dito que o homem “nada tem a ver com o caso em questão”.
Uma fonte de segurança saudita adiantou ainda que o nome é muito comum no reino e que a pessoa em causa estava já presa na Arábia Saudita com “todos os suspeitos do caso”, cita a Reuters.
“Verificações extensas da identidade desta pessoa mostraram que o mandato não se aplicava a ele”, refere um comunicado do Ministério Público de Paris, que acabou por libertar o homem.
Jamal Khashoggi - o jornalista saudita que estava exilado nos Estados Unidos, onde escrevia uma coluna para o jornal The Washington Post, com fortes críticas ao regime do seu país - foi violentamente assassinado nas instalações do consulado da Arábia Saudita em Istambul, a 2 de outubro de 2018, por um comando de agentes de Riade.
Depois de negar o assassínio, Riade acabou por admitir que a morte do jornalista fora cometida por diversos agentes sauditas que agiram por sua conta.
Após um julgamento na Arábia Saudita, muito criticado pela comunidade internacional, cinco sauditas foram condenados à morte e três a penas de prisão, mas, desde então, as sentenças de morte foram comutadas.
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