Variante Ómicron espalha-se em África mas com pouca gravidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse hoje que o número de casos de covid-19 em África quase duplicou numa semana, mas salientou que "há sinais de esperança", já que o número de hospitalizações se mantém baixo.

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Lusa
09/12/2021 12:56 ‧ 09/12/2021 por Lusa

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"A variante Ómicron está a atingir mais países em África e os casos semanais de covid-19 no continente dispararam 93%, mas há sinais de esperança, já que os números preliminares apontam para a manutenção de poucas hospitalizações na África do Sul", lê-se num comunicado hoje divulgado.

A organização adiantou que "a investigação está a ser intensificada para determinar se a variante Ómicron está a aumentar o número de casos em África", salientando que houve mais 107 mil casos na semana que terminou a 5 de dezembro, o que compara com os 55 mil na semana anterior.

"Cinco países representaram 86% dos casos da última semana, com a África Austral a registar a maior subida, de 140%, principalmente motivada pela subida na África do Sul", acrescenta-se no comunicado.

Ainda assim, a OMS sublinha que o aumento de casos não parece ter uma correspondência no número de hospitalizações, o que deixa antever que apesar de muito contagiosa, a variante Ómicron não é mais perigosa que as anteriores.

"Os dados que estamos a receber da África do Sul indicam que a Ómicron pode causar uma doença menos severa", já que o número de hospitalizações está nos 6,3%, "o que é muito baixo comparado com o mesmo período, quando o país enfrentava o pico da variante Delta, em julho", diz a OMS.

O continente africano representa 46% dos quase mil casos de Ómicron registados por 57 países em várias regiões do mundo, 10 dos quais são africanos.

"Com a Ómicron presente em quase 60 países a nível mundial, as proibições de viagens sobre África são difíceis de justificar; através dos diligentes esforços de vigilância dos cientistas africanos, a nova variante foi detetada neste continente, mas não é claro se a transmissão estava a dar-se de forma silenciosa noutras regiões", disse a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.

"Pedimos que as medidas de saúde pública para conter a covid-19 tenham uma base científico; as restrições às viagens surgem no pico da época turística do final do ano, arrasando as economias de África, com um impacto em cascata que é potencialmente devastador para a saúde dos africanos", concluiu.

A covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A doença provocou pelo menos 5.270.700 mortes em todo o mundo, entre mais de 266,54 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias France-Presse.

Leia Também: OMS pede revisão de planos de resposta nacionais face a nova variante

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