Brasil avisará países sobre falha no certificado digital após ciberataque
O Governo brasileiro indicou hoje avisará os países que receberão voos do Brasil sobre os problemas no seu certificado digital de vacinação contra a covid-19, para que passem a aceitar o cartão físico, após um ataque cibernético.
© REUTERS/Sergio Moraes
Mundo Covid-19
Segundo o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Moreira da Cruz, essa notificação será feita pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
"O que a gente fez foi falar com o Ministério das Relações Exteriores para comunicar a todos os países que receberão voos do Brasil para comunicar o ocorrido. Estamos enviando o comunicado que sugere que o cartão físico também seja aceite", afirmou, em conferência de imprensa.
Em causa está um ciberataque que ocorreu na madrugada de hoje contra a página na internet do Ministério da Saúde do Brasil e a da aplicação que contém todos os dados da vacinação contra a covid-19 no país, que acabou por suspender as plataformas.
A invasão do sistema ocorreu comprometeu o sistema de notificação do Programa Nacional de Imunizações e as características técnicas que impedem a emissão do Certificado Nacional de Vacinação contra a covid-19, entre outros dados, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde.
O ataque foi realizado pelo "Grupo Lapsus" que assumiu a responsabilidade pelo crime com uma mensagem que deixou publicada nas páginas e que dizia "contacte-nos se quiser recuperar os dados", segundo vários meios de comunicação locais.
"A gente teve um ataque que regista a vacinação e outros sistemas. Alguns foram prontamente estabelecidos", disse Cruz. "Não só o da vacinação, mas diversos outros ficaram instáveis", acrescentou o secretário, citando, por exemplo, a gestão da fila de transplantes.
"O caso já está com a Polícia Federal, está sendo analisado pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Não podemos dar muitos detalhes porque estamos em fase de investigação e os órgãos pedem que não sejam passados para não atrapalhar o processo", salientou Cruz.
O ataque cibernético levou o Governo brasileiro a adiar em uma semana a entrada em vigor da portaria que obriga a uma quarentena de cinco dias os viajantes não vacinados contra a covid-19 que desembarquem no país, numa medida que vigoraria a partir deste sábado.
De acordo com a medida, agora adiada para 18 de dezembro, todos os cidadãos que chegassem ao Brasil por via área a partir de sábado necessitariam de apresentar o certificado de vacinação contra a covid-19, além de um teste negativo à doença do tipo antígeno feito em até 24 horas antes do voo ou RT-PCR realizado em até 72 horas.
Se o viajante não estivesse imunizado, teria de fazer uma quarentena de cinco dias na cidade do seu destino final e, posteriormente, um novo teste à covid-19. Caso o resultado fosse negativo, estaria autorizado a prosseguir a sua viagem.
Segundo o secretário executivo, o objetivo do adiamento é não prejudicar brasileiros que estão fora do país e pretendem regressar.
Cruz disse ainda não ter um prazo para a resolução do problema que afetou as plataformas do Ministério da Saúde.
A Polícia Federal informou hoje que instaurou um inquérito policial para investigar a "autoria e materialidade dos crimes de invasão de dispositivo informático, interrupção ou perturbação de serviço informático, telemático ou de informação de utilidade pública e associação criminosa".
Ainda segundo a corporação, foi constatado "que os bancos de dados de sistemas do Ministério da Saúde não foram criptografados pelos 'hackers'".
Segundo a imprensa local, a hipótese principal das autoridades é a de que a ação criminosa foi motivada por ativismo político na internet, denominado 'hacktivismo'.
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