"A decisão foi tomada em coerência com as medidas anunciadas a nível nacional e a agenda internacional do Presidente, e visou ainda não expor o nosso dispositivo militar num momento de degradação da situação sanitária na metrópole", acrescentou o Eliseu.
O anúncio do cancelamento foi feito no final de uma reunião do Conselho de Defesa Sanitária, em que foram avaliadas novas medidas face à quinta vaga de covid-19 e da variante altamente contagiosa Ómicron.
Paris tinha anunciado na quarta-feira que Macron viajaria na próxima segunda-feira para Bamaco, para um primeiro encontro com o coronel Assimi Goita, num clima de grande tensão entre Paris e a junta militar no poder desde 2020, cuja lentidão no processo de devolução do poder aos civis e a possibilidade de recorrer a mercenários russos exasperou Paris.
No comunicado divulgado hoje, a Presidência destacou que a organização da reunião com Goita foi difícil.
Emmanuel Macron pretendia que na reunião participassem igualmente os presidentes em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) -- o chefe de Estado do Gana, Nana Akufo-Addo - e do G5 Sahel -- o chefe de Estado do Chade, Mahamat Idriss Déby It, um formato rejeitado pelas autoridades chadianas, que pretendiam em alternativa um encontro bilateral.
No final da sua curta visita a Bamaco, o Presidente francês deveria partir para celebrar o Natal com as tropas francesas na noite de segunda-feira, na base de Gao (nordeste), integradas na operação Barkhane, montada pela França para combater os grupos 'jihadistas'.
A operação Barkhane está atualmente em fase de reestruturação.
Após quase nove anos de presença no Sahel, a França começou em junho a reorganizar o seu sistema militar, deixando as suas três bases situadas na região norte do Mali (Tessalit, Kidal e Tombuctu) para se concentrar novamente em Gao e Ménaka, nas fronteiras com o Níger e o Burkina Faso.
Esse plano de reestruturação prevê a redução de efetivos franceses dos atuais 5.000 para entre 2.500 e 3.000 até 2023.
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