Israel aprova plano para duplicar número de colonos nos Montes Golã

O Governo israelita aprovou hoje um plano para duplicar o número de colonos nos Montes Golã ocupadas, uma área estratégica tomada à Síria em 1967 e anexada há 40 anos.

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Lusa
26/12/2021 16:59 ‧ 26/12/2021 por Lusa

Mundo

Israel

"O Governo votou a favor de um plano de investimento sem precedentes nos Montes Golã para aí duplicar a população israelita", disse hoje o primeiro-ministro, Naftali Bennett num comunicado.

No final de um Conselho de Ministros extraordinário, realizado nos Montes Golã, o Governo deu luz verde a este plano, cujo custo ascenderá a mil milhões de shekels (cerca de 280 milhões de euros).

De acordo com o plano, 7.300 unidades habitacionais serão construídas nos próximos cinco anos, nos colonatos ali existentes, além de dois novos colonatos, Assif e Matar, que poderão acolher 6.000 casas.

Este projeto deverá ser capaz de adicionar um total de 23.000 residentes israelitas à população atual das Colinas de Golã.

Cerca de 25.000 colonos israelitas vivem agora nos Montes Golã, lado a lado com cerca de 23.000 drusos (membros de uma pequena comunidade religiosa autónoma, que afirmam ser na sua maioria de origem síria, embora tenham o estatuto de residentes em Israel).

O plano também inclui investimentos em infraestruturas, sistemas médicos e educacionais, bem como ajuda para agricultores e indústria.

Os Montes Golã, conquistados por Israel à Síria durante a guerra de 1967, foram anexados em 14 de dezembro de 1981 e constituem hoje um território estratégico para os dois países, que ainda estão tecnicamente em guerra.

Em março de 2019, o ex-Presidente dos EUA Donald Trump assinou uma ordem executiva que reconhecia oficialmente a soberania de Israel sobre os Montes Golã, numa decisão denunciada pela Síria como um "ataque flagrante" à sua soberania.

"Nem é preciso dizer que os Montes Golã são israelitas", disse hoje Bennett, sublinhando a importância do "reconhecimento de Trump e o facto de o Governo de Joe Biden (atual Presidente dos EUA) ter garantido que não houve mudanças nesta política".

Em fevereiro, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os Montes Golã eram "muito importantes para a segurança de Israel", mas que "as questões de legalidade (eram) de ordem diferente".

Em junho de 2019, um novo colonato foi inaugurado na parte anexa dos Montes Golã, com a designação em hebraico de a Colina de Trump, em homenagem ao ex-Presidente norte-americano.

Leia Também: Israel anuncia mais e maiores colonatos nos montes Golã

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