UE doou 385 milhões de vacinas ao mundo mas admite desigualdades

A União Europeia exportou mais de 1,1 mil milhões de vacinas contra a covid-19 para 61 países, das quais 385 milhões de doses foram doadas, anunciou hoje o chefe da diplomacia europeia, admitindo "desigualdades entre continentes", nomeadamente com África.

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Lusa
27/12/2021 15:18 ‧ 27/12/2021 por Lusa

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"A UE tem vindo a exportar vacinas anticovid-19 desde dezembro de 2020 sem interrupção e, de um total de dois mil milhões de doses produzidas, a UE exportou mais de 1,1 mil milhões de doses para 61 países", anunciou o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell.

No dia em que se assinala um ano desde o arranque da campanha de vacinação na UE, Josep Borrell afirma, num artigo de opinião sobre "2021 em revisão: um ano de transições" que já foram doadas "mais de 385 milhões de doses" pela União Europeia e os seus Estados-membros aos países mais necessitados.

"A UE ultrapassou assim o seu objetivo para 2021, que era o de doar 250 milhões de doses até ao final do ano, e agora o objetivo da Equipa Europa é de doar um total de 700 milhões de doses até meados de 2022", aponta o responsável, no texto publicado pelo Serviço Europeu para a Ação Externa, que tutela.

Considerando que "a variante [de preocupação] Ómicron exige mais uma vez a introdução de grandes restrições e ameaça a recuperação", Josep Borrell salienta que "as vacinas estão a fazer uma grande diferença".

"E graças ao mecanismo de compra comum [aquisição conjunta de vacinas pela UE], a maioria dos europeus recebeu pelo menos duas doses", acrescenta.

Porém, em termos globais, "as taxas de vacinação desiguais entre continentes sublinham a necessidade de acelerar as doações e desenvolver capacidades locais de produção de vacinas, especialmente em África", alerta Josep Borrell.

E compara que, enquanto cerca de 68% da população total da UE está totalmente vacinada, esta percentagem é de "apenas 8% em África".

As taxas de vacinação total situam-se ainda em 61% na América do Sul, 56% na América do Norte/Central e Caraíbas, 57% na Oceânia e 53% na Ásia.

"Além destas disparidades, a pandemia pôs fim à recuperação do mundo em desenvolvimento, levando a um aumento da fome e da pobreza, com o número de pessoas abaixo do limiar da pobreza devido à covid-19 estimada em cerca de 150 milhões pelo Banco Mundial", lamenta Josep Borrell, exortando a esforços "para inverter esta tendência e combater os crescentes desequilíbrios e desigualdades".

Nesta tomada de posição, chefe da diplomacia europeia refere ainda que, em África, este ano ficou também "infelizmente marcado por muitos conflitos e pela deterioração geral da situação no Sahel", bem como pela "dimensão dramática" da guerra civil na Etiópia.

"Estamos agora a preparar a cimeira União Africana-UE, a realizar em fevereiro, na qual, como UE, teremos de cumprir a nossa retórica, nomeadamente em matéria de vacinas e financiamento climático", conclui Josep Borrell.

A covid-19 provocou mais de 5,40 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia.

Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante pela Organização Mundial da Saúde, foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países.

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