Nas últimas três décadas as ilhas Maurícias foram perdendo as inúmeras conchas que se podiam encontrar no areal e tinham diversos significados para a população local.
O oceanógrafo Vassen Kauppaymuthoo afirma que o número de conchas na ilha diminuiu 60% nos últimos 30 anos e acredita que as mudanças climáticas e atividades como pesca predatória, turismo e poluição por águas residuais e barcos serão a causa.
Segundo a BBC, as ilhas Maurícias são dos países mais vulneráveis do mundo no que diz respeito às mudanças climáticas, visto que enfrentam a subida do nível do mar, secas e ciclones.
O aumento da temperatura da água do mar afetou grande parte do ecossistema, incluindo as conchas marinhas onde vivem os moluscos. Kauppaymuthoo explicou que o aumento do dióxido de carbono na atmosfera "causa a acidificação do oceano, fazendo com que as conchas fiquem mais finas".
O especialista esclareceu também que “quando não existem moluscos não há predadores, o que faz com que outros organismos comecem a proliferar, causando um desequilíbrio do ecossistema na ilha tropical e em todo o mundo”.
As conchas sempre desempenharam um papel relevante na cultura das ilhas Maurícias, sendo associadas a diferentes significados como amor, sorte ou dinheiro por já terem sido utilizadas como moeda em algumas partes de África há milhares de anos.
Leia Também: Temperaturas altas no Alasca quebram recordes