A falta destes produtos nas prateleiras dos supermercados após as festividades deve-se a problemas logísticos ligados ao elevado número de infeções da covid-19 entre camionistas e trabalhadores, incluindo nos centros de distribuição.
Sydney e Melbourne, as cidades mais populosas do país, foram as mais atingidas pelo surto da variante Ómicron.
"Temos fornecimentos disponíveis na nossa rede e as nossas equipas e fornecedores estão a fazer tudo o que podem para reabastecer as nossas lojas o mais rapidamente possível", disse um porta-voz da cadeia de supermercados Woolworths, uma das maiores do país, à agência noticiosa espanhola Efe.
A Austrália, que já sofreu escassez de produtos como o papel higiénico durante a pandemia, está a passar novamente por "um período de incerteza" devido às compras provocadas pelo medo e ao grande número de pessoas incapazes de trabalhar por causa da covid-19, disse o diretor da Unidade de Investigação de Gestão da Cadeia de Abastecimento da Universidade de Monash, Amrik Sohal.
"Há falta de trabalhadores em todo o lado e as instalações não podem funcionar em plena capacidade. Podemos esperar mais montras vazias porque não sabemos o que vai acontecer na próxima semana", disse à rede de televisão ABC.
O governo australiano reitera que não tem planos para decretar a contenção porque o país enfrenta uma fase de "viver com o vírus".
Contudo, as fronteiras estão ainda fechadas à chegada dos turistas e só nos últimos meses é que os cidadãos foram autorizados a deixar o país, enquanto que o plano de reabrir as fronteiras a estudantes e trabalhadores qualificados estrangeiros continua.
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