Líder Trabalhista quer reparar relações com UE e fazer Brexit funcionar

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, prometeu hoje "fazer o Brexit funcionar" se chegar ao poder nas próximas eleições, que deverão acontecer até 2024, propondo reparar as relações com outros países que o primeiro-ministro, Boris Johnson, "danificou". 

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Lusa
04/01/2022 17:05 ‧ 04/01/2022 por Lusa

Mundo

Brexit

Num discurso de Ano Novo em Birmingham, centro de Inglaterra, o líder do principal partido da oposição propôs um novo "Contrato com o Povo Britânico" com base nos valores de "Segurança, Prosperidade e Respeito", os quais quer que orientem também o Reino Unido na sua política externa.

Starmer, um pró-europeu que apoiou a permanência do Reino Unido na União Europeia no referendo de 2016 e defendeu uma relação mais próxima com Bruxelas, criticou a forma como Boris Johnson negociou o 'Brexit' e defendeu que o Reino Unido deve "aproveitar as (suas) fortes relações internacionais".

"Isso significa não apenas concretizar o 'Brexit', mas também fazer o Brexit funcionar. (...) Fazer o Brexit funcionar é difícil, e slogans não chegam. Os meus objetivos serão reparar as alianças que este governo danificou e, ao mesmo tempo, garantir que as nossas fronteiras permanecem seguras e protegidas", vincou.

Com uma bandeira nacional em pano de fundo, Starmer argumentou ser um patriota mesmo reconhecendo que o país "tem falhas", declarando "orgulho" pela Rainha Isabel II e pelo Reino Unido, que descreveu como uma "nação notável" que é um "ótimo lugar para se viver".

Porém, avisou, o país entrou "numa nova fase" em 2022 devido à "incompetência" do Governo e de Boris Johnson.

"O custo de vida está a aumentar. As contas da energia estão a subir; os salários estão estagnados. Aumentos de impostos vão chegar em abril. Muitas pessoas não se sentem seguras nas ruas. E boa sorte para quem está a tentar conseguir uma consulta rápida com o médico de família", enumerou.

O "contrato" que hoje apresentou, enfatizou, tem os valores "que este país precisa e [que devem indicar] como um bom governo deve comportar-se".

O discurso de hoje coincidiu com a publicação de uma sondagem da companhia Redfield and Wilton Strategies, na qual o Partido Trabalhista continua à frente três pontos percentuais do Partido Conservador, que recuperou ligeiramente desde dezembro, quando a diferença chegou a seis pontos percentuais.

Mesmo assim, os britânicos continuam insatisfeitos com o Executivo e a maioria dos inquiridos só deu nota positiva à campanha de vacinação numa outra sondagem da companhia Ipsos Mori também publicada hoje. 

Neste estudo, o Governo recebe nota negativa nas restantes nove áreas, incluindo saúde, 'Brexit', crime, fronteiras ou impostos. 

No entanto, na maioria das sondagens, Boris Johnson continua a ser mais popular do que Keir Starmer.

As próximas eleições legislativas só estão previstas para maio de 2024, mas a maioria dos analistas acredita que serão antecipadas, provavelmente para 2023. 

O líder da oposição admitiu que ainda tem trabalho pela frente para conquistar o eleitorado, pois "só porque os Conservadores perdem a confiança do público, não significa que o 'Labour' simplesmente a herde". 

"A confiança deve ser conquistada. Estou confiante, mas não complacente sobre o desafio adiante", afirmou. 

Leia Também: Líder trabalhista acusa Boris Johnson de exagerar resultados

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