"Sim, gostaria, estou pronto. Estamos sempre prontos para nos reunirmos com os nossos parceiros americanos", disse Zelensky em conferência de imprensa, numa fase em que as negociações com Moscovo sobre o conflito na Ucrânia permanecem num impasse.
O Presidente ucraniano referiu-se também à reunião, prevista para quarta-feira em Londres com parceiros ocidentais, declarando que a delegação de Kiev terá mandato para negociar um cessar-fogo total ou parcial.
"Quanto à nossa equipa, amanhã [quarta-feira] terá o mandato necessário --- ou seja, discutir um cessar-fogo incondicional ou um cessar-fogo parcial. Estamos prontos para esta fase", afirmou Zelensky, citado pela agência Ukrinform.
Na semana passada, ucranianos, norte-americanos, franceses e britânicos reuniram-se em Paris, pela primeira vez neste formato, numa altura em que as negociações para um cessar-fogo iniciadas por Washington estão estagnadas e os europeus querem impor a sua voz.
"Estamos também prontos para deixar claro que, uma vez que o cessar-fogo esteja em vigor, estamos prontos para nos sentarmos [para novas negociações] em qualquer formato", prosseguiu Zelensky.
No domingo, o Presidente ucraniano desafiou o homólogo russo, Vladimir Putin, a aceitar um cessar-fogo de 30 dias nos ataques aéreos com 'drones' e mísseis contra infraestruturas civis.
A proposta foi apresentada antes de expirar uma trégua no período da Páscoa, declarada unilateralmente por Putin e aceite por Kiev, mas marcada por acusações de centenas de violações de parte a parte.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou hoje que não há planos concretos sobre negociações com Kiev, mas indicou que Putin está disposto a dialogar.
O Presidente russo disse na segunda-feira que vai analisar a proposta de moratória, enquanto acusava as forças ucranianas de ocuparem frequentemente posições em instalações civis, o que as torna em alvos militares.
A trégua pascal e a proposta de Zelensky seguem-se a declarações do Presidente norte-americano na sexta-feira, sugerindo que, se não houver progressos nas negociações indiretas com Moscovo e Kiev numa "questão de dias", Washington poderá abandonar o processo de paz na Ucrânia.
Já no domingo, o líder da Casa Branca disse esperar um acordo "dentro de uma semana" e sugeriu às duas partes que "poderão então fazer bons negócios com os Estados Unidos, que estão a crescer, e ganhar uma fortuna".
O Kremlin revelou hoje que o enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, deverá deslocar-se novamente a Moscovo esta semana, ao mesmo tempo que alerta para a pressa nas negociações, embora se arrastem há mais de dois meses.
A confirmar-se, será a quarta visita do negociador norte-americano desde o relançamento das relações entre Washington e Moscovo, iniciado em meados de fevereiro por Donald Trump.
No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, avisou hoje que a solução do conflito é "uma questão tão complexa" que "provavelmente é melhor não estabelecer um prazo apertado".
As conversações decorrem numa altura em que a Rússia retomou os ataques aéreos na Ucrânia após o breve cessar-fogo de 30 horas na Páscoa.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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