Coligação árabe ameaça retaliar Huthis após rebeldes capturarem cargueiro

A coligação árabe, liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen na luta contra os rebeldes Huthis, acusou hoje este movimento xiita de violar o direito internacional ao apreender um cargueiro dos Emirados Árabes Unidos e ameaçou com retaliações.

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© AFP via Getty Images

Lusa
04/01/2022 21:54 ‧ 04/01/2022 por Lusa

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A coligação árabe, liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen na luta contra os rebeldes Huthis, acusou hoje este movimento xiita de violar o direito internacional ao apreender um cargueiro dos Emirados Árabes Unidos e ameaçou com retaliações.

O porta-voz desta coligação militar árabe referiu que a apreensão do navio no mar Vermelho é um ato de "pirataria e sequestro" e "uma flagrante violação dos princípios do direito internacional humanitário", refere em comunicado, citado pela agência oficial de notícias da Arábia Saudita, SPA.

O Rawabi é um navio comercial, não militar, e foi intercetado pelos Huthis em águas internacionais com equipamentos e suprimentos médicos, quando regressava de uma missão humanitária na ilha iemenita Socotra, ocupada por milícias separatistas apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos, salientou Turki al Malki.

Esta coligação militar exortou os Huthis a libertarem o navio, bem como toda a sua carga, e alertaram que, caso contrário, "os portos de onde são lançados atos de pirataria, sequestro e assaltos à mão armada vão ser convertidos em alvos militares legítimos".

A operação de captura do Rawabi foi lançada a partir do porto de Al Hudeida, uma infraestrutura estratégica no oeste do Iémen e controlada pelos Huthis, e o navio encontra-se agora no porto vizinho de Salif, acrescentou a força militar que intervém contra os rebeldes no Iémen desde 2015.

A cidade de Al Hudeida, na costa do mar Vermelho, o seu porto e os portos vizinhos de Salif e Ras Issa estão abrangidos por um acordo, assinado em dezembro de 2018 em Estocolmo, que estabelece um cessar-fogo e a desmilitarização destes.

Turki al Malki acusou, desta forma, os rebeldes Huthis de violarem "o espírito e as disposições" daquele acordo.

Os Huthis, movimento xiita apoiado pelo Irão, rival regional de Riade, confirmaram na segunda-feira que apreenderam um navio com bandeira dos Emirados Árabes Unidos no mar Vermelho, afirmando que o cargueiro transportava "material militar".

O navio "entrou em águas iemenitas sem qualquer autorização" e "pretendia envolver-se em atos hostis" contra a estabilidade do Iémen, tinha divulgado o porta-voz militar rebelde, Yahya Saree, na rede social Twitter.

O conflito começou no final de 2014 com os Huthis a controlarem grandes áreas do país e agravou-se no ano seguinte com a intervenção da coligação árabe liderada por Riade em apoio ao governo internacionalmente reconhecido.

Segundo a ONU, a guerra no Iémen matou 377.000 pessoas, 227.000 das quais devido às consequências indiretas do conflito, como a falta de água potável, a fome e as doenças. A organização considera que o conflito provocou a pior crise humanitária do mundo, estimando que mais de 24 milhões de pessoas, cerca de 80% da população do país, precisam de algum tipo de assistência.

Leia Também: Rebeldes Huthis confirmam apreensão de navio com "material militar"

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