"Foi chocante ver alguns democratas em Washington a tentar explorar este aniversário para promover objetivos políticos partidários que existiam muito antes deste evento", disse McConnell num comunicado.
O líder republicano no Senado classificou o dia 06 de janeiro de 2021 -- dia da invasão do Capitólio, que provocou cinco mortes -- como um "dia negro para o Congresso e para o país", mas acusou os dirigentes do Partido Democrata de tentarem tirar dividendos políticos do ataque.
As declarações de Mitch McConnell revelam ainda mais um Congresso profundamente dividido, com alguns congressistas a demonstrar intenções de lembrar o aniversário do ataque ao Capitólio com um momento de silêncio, outros a passar o dia a educar os norte-americanos sobre o funcionamento da democracia e outros ainda a manifestar o seu desagrado sobre a necessidade de recordar a data.
"Uma coisa que as pessoas devem considerar, ao pensar em 06 de janeiro, é a fragilidade da democracia", disse Joanne Freeman, professora de História e Estudos Americanos na Universidade de Yale, cujo livro "Field of Blood" narra a violência e o derramamento de sangue no Congresso nos anos anteriores à Guerra Civil (1861-1865).
O Capitólio, que até ao incidente em 2021 era visto como um símbolo da abertura da democracia norte-americana, permanece ainda hoje fechado para a maioria dos visitantes, em parte devido à pandemia de covid-19, mas também por causa do número crescente de ameaças violentas contra os congressistas.
No lado republicano, vários congressistas criticam a forma como os democratas lembram a data do ataque ao Capitólio e acusam os adversários políticos de dramatizarem em excesso a situação.
O senador republicano John Cornyn, eleito pelo Texas, diz que não tem planos de lembrar este dia e apela a que outros sigam o seu exemplo.
"Isto já se tornou demasiado politizado. Lembrar esta data apenas vai piorar as coisas", concluiu Cornyn, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press.
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