O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, disse que o encontro procurará "formas de os Estados Unidos e o Japão fortalecerem e modernizarem a aliança para promover uma região Indo-Pacífico livre e aberta".
A reunião virtual entre responsáveis norte-americanos e japoneses ocorre num momento em que as tensões aumentam entre os aliados e a China e poucos dias depois de um novo teste de um míssil pela Coreia do Norte.
Mas a agenda pode ser complicada pelo aumento de casos de covid-19. O Japão pediu aos Estados Unidos, algumas horas antes do início das discussões, o encerramento de bases militares norte-americanas em solo nipónico devido à disseminação do coronavírus SARS-CoV-2.
As forças norte-americanas foram criticadas depois de um aumento de casos de covid-19 em áreas onde estão baseadas em grande número, incluindo Okinawa e Iwakuni, ambas no sul do Japão.
Os casos de covid-19 entre os militares dos Estados Unidos em território japonês totalizam 1.784, cerca de um terço deles em Okinawa. Iwakuni identificou 529 casos.
O pedido foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Yoshimasa Hayashi, ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, através de um telefonema.
Na reunião bilateral participarão Yoshimasa Hayashi e Antony Blinken, juntamente com o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi.
O governo liderado por Fumio Kishida vê claramente um benefício na presença militar norte-americana no país e, pouco antes do Natal, concordou com um novo pacto de divisão de custos com os Estados Unidos, que deve ser formalmente assinado hoje em Tóquio.
De acordo com os termos do acordo, que vai até 2026, o Japão prevê gastar cerca de 1,82 mil milhões de dólares (cerca de 1,61 mil milhões de euros) anualmente para apoiar a presença militar dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos têm cerca de 55.000 militares no Japão, incluindo um contingente naval.
Os líderes do Japão e da Austrália assinaram na quinta-feira um acordo de defesa que vai permitir uma melhor cooperação e que se apresenta como uma resposta à crescente presença militar da China na região Indo-Pacífico.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, reuniram-se numa cimeira virtual para assinar o Acordo de Acesso Recíproco, o primeiro pacto de defesa assinado pelo Japão com qualquer outro país que não seja os Estados Unidos.
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