Cazaquistão. Von der Leyen e Macron apelam ao fim da violência

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, apelaram hoje, em Paris, ao fim da violência no Cazaquistão, manifestando a sua "grande inquietude" com a situação no país.

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Lusa
07/01/2022 12:48 ‧ 07/01/2022 por Lusa

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Cazaquistão

"Acompanho a situação no Cazaquistão com grande inquietude. Os direitos e a segurança dos cidadãos são primordiais e devem ser garantidos, e apelo ao fim da violência e à contenção", declarou Von der Leyen, numa conferência de imprensa conjunta com o chefe de Estado francês no Palácio do Eliseu.

A presidente da Comissão, que se encontra em Paris no quadro da tradicional visita do colégio da Comissão à capital que assume a liderança semestral do Conselho da UE, acrescentou que "a União Europeia está pronta a ajudar no que puder".

Também o presidente da França, país que assumiu em 01 de janeiro a presidência do Conselho, deu conta da sua preocupação, recordando que já apelou ao fim da escalada de violência, e disponibilizou também a "ajuda necessária".

"Estamos preocupados e extremamente vigilantes", disse.

O Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, autorizou hoje o uso de força letal sem aviso prévio contra manifestantes, após vários dias de tumultos no país de que resultaram dezenas de mortos.

"Dei ordem aos órgãos da polícia e ao Exército para disparar a matar sem aviso prévio" disse Tokayev num discurso televisivo, acrescentando que os "terroristas continuam a danificar bens e a usar armas contra os cidadãos".

Considerou, por outro lado, "absurdos" os apelos, especialmente do estrangeiro, para negociar com os manifestantes com vista a uma resolução pacífica da crise.

"Que tipo de negociações se pode ter com os criminosos, com os assassinos? Temos estado a lidar com bandidos armados e treinados (...) Eles têm de ser destruídos e isso será feito em breve", disse.

Segundo o chefe de Estado, "20.000 bandidos" atacaram Almaty, a capital económica onde os tumultos foram os mais caóticos e violentos.

O Cazaquistão, o maior país da Ásia Central, está, desde domingo, envolto em tumultos após manifestações de protesto contra o aumento dos preços do gás liquefeito, um dos combustíveis mais utilizados nos transportes do país, de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).

Um contingente de tropas da Rússia e de outros países aliados chegou ao Cazaquistão na quinta-feira para apoiar o governo.

No discurso, Tokayev manifestou-se "especialmente grato" ao Presidente russo Vladimir Putin por ter enviado o contingente militar.

O Ministério da Defesa russo indicou hoje que enviou mais de 75 aeronaves de transporte militar com as unidades russas do "contingente de paz" da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), aliança que reúne seis ex-repúblicas soviéticas.

"O grupo aéreo, composto por mais de 70 aviões Il-76 e cinco An-124 [...], transportou [nas últimas 24 horas] a parte russa do contingente de paz da ORSC para o Cazaquistão", afirmou, num comunicado, o porta-voz do Ministério da Defesa russo, major general Igor Konashenkov.

Segundo Konashenkov, os aviões da Força Aérea Militar Russa também transportaram unidades da Bielorrússia, Tajiquistão, Quirguistão e Arménia, países membros da organização.

Leia Também: Cazaquistão. Presidente autoriza "disparar a matar" contra manifestantes

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