O Irão, à semelhança do resto da comunidade internacional, ainda não reconheceu o novo emirado islâmico formado por talibãs, depois destes terem assumido o poder em meados de agosto de 2021, após a retirada das tropas americanas.
"A visita tem por objetivo abordar questões políticas, económicas e de migração", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, Abdul Qahar Balkhi, na rede social Twitter, que acrescentou ainda que a delegação talibã, liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Amir Khan Muttaqi já participou numa primeira reunião com autoridades iranianas.
O Irão xiita, que partilha uma fronteira de mais de 900 quilómetros com o Afeganistão, já antes não tinha reconhecido o regime anterior, do grupo islâmico sunita, entre 1996 e 2001.
"Não estamos no ponto de reconhecer os talibãs", sublinhou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Said Khatibzadeh, em conferência de imprensa que teve lugar esta semana.
Nesta ocasião, exortou os talibãs a esforçarem-se para ganharem a confiança da comunidade internacional.
Os talibãs estabeleceram um governo exclusivamente masculino, composto quase todos por elementos de etnia 'pashtun', e restringiram ainda mais o direito das mulheres trabalharem e estudarem.
O Irão, onde já vivem milhões de afegãos, teme um aumento da chegada de mais migrantes, uma vez que o Afeganistão enfrenta uma das piores crises humanitárias e económicas do mundo.
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