Iraque: Sessão inaugural do parlamento interrompida devido a briga

O novo parlamento do Iraque teve hoje a sua primeira sessão, três meses depois das eleições legislativas ganhas pelo clérigo xiita Moqtada al-Sadr, que esteve interrompida uma hora devido a uma briga e à hospitalização de um deputado.

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Lusa
09/01/2022 19:16 ‧ 09/01/2022 por Lusa

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Iraque

Mahmoud al-Machhadani, que presidia à sessão enquanto decano da assembleia, foi "hospitalizado", indicou a televisão pública Iraqiya. A agência noticiosa iraquiana INA referiu depois que o seu estado era "estável".

Segundo o deputado curdo Muthana Amin, citado pela agência France-Presse, a sessão inaugural "começou normalmente com a tomada de posse" dos 329 deputados eleitos durante as eleições legislativas de 10 de outubro.

Em seguida, uma coligação de vários partidos xiitas afirmou ser a maior aliança parlamentar com 88 deputados e Machhadani terá pedido para que a informação fosse verificada, "após o que foi insultado e atacado por deputados", disse Amin à AFP, sem especificar a identidade dos agressores, nem se a hospitalização do decano estava diretamente ligada ao ataque.

De acordo com uma fonte parlamentar que não quis ser identificada, Mahmoud al-Mashhadani "perdeu a consciência".

Os deputados devem começar por eleger um presidente do parlamento, função tradicionalmente atribuída a um sunita, e no prazo de 30 dias após a sessão inaugural a assembleia deve eleger o Presidente da República.

Este terá então de nomear um primeiro-ministro, escolhido pela maior coligação. Uma vez nomeado, o primeiro-ministro tem 30 dias para formar um governo.

Analistas preveem que o novo executivo possa estar constituído até meados de março.

A corrente de Moqtada al-Sadr venceu as eleições legislativas antecipadas com a eleição de 73 dos 329 deputados.

O líder xiita disse já em várias ocasiões que espera romper com a tradição iraquiana de governo de "consenso", para constituir um "governo maioritário".

Moqtada al-Sadr tenciona estabelecer uma aliança com duas formações sunitas, Azm e Taqadom, e um partido curdo, o PDK, para alcançar uma maioria suficiente para nomear um primeiro-ministro, cargo que historicamente pertence a um muçulmano xiita, tendo em conta o "mouhasasa", sistema de quotas religiosas e étnicas existente no Iraque.

Entre os xiitas, os rivais pró-Irão de Moqtada Sadr da Aliança da Conquista, braço político dos ex-paramilitares pró-iranianos do Hachd al-Chaabi, discordam. Depois de terem conseguido 17 lugares no parlamento, a formação contestou as eleições em tribunal, alegando fraude na votação.

O período pós-eleitoral tem sido marcado por instabilidade e violência.

Apoiantes de Hachd al-Chaabi manifestaram-se diante da Zona Verde de Bagdade, que abriga edifícios do governo e a embaixada americana.

A 07 de novembro, as tensões aumentaram com uma tentativa de assassínio não reivindicada, com um avião não tripulado ('drone'), contra o primeiro-ministro Mustafa al-Kazimi.

Leia Também: Incendiada estátua do general Qassem Soleimani 'mártir' no Irão

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