David Sassoli, que hoje morreu aos 65 anos, foi um dos jornalistas mais reconhecidos em Itália, carreira que deixou para integrar o Partido Democrático, pelo qual foi eleito eurodeputado em 2009 e presidente do Parlamento Europeu em 2019.
O presidente do Parlamento Europeu encontrava-se hospitalizado desde 26 de dezembro, em Itália, por complicações graves devido a uma disfunção do sistema imunitário, que levou ao cancelamento de todas as suas atividades oficiais.
David Sassoli contraiu, em setembro de 2021, uma pneumonia que o obrigou a receber tratamento hospitalar em Estrasburgo, França, e, embora tenha recebido alta hospitalar uma semana depois, prosseguiu a recuperação em Itália e esteve mais de dois meses ausente das sessões plenárias do Parlamento Europeu (PE), regressando no final do ano.
David-Maria Sassoli nasceu em Itália, a 30 de maio de 1956, e durante a década de 1970 licenciou-se em Ciência Política pela Universidade de Florença, cidade de onde era natural.
Enveredou pelo jornalismo em 1986, quando começou a trabalhar em jornais e agências noticiosas locais até chegar ao jornal nacional Il Giorno, em Roma.
Em 1992, passou para a estação de televisão pública italiana, a Rai, onde se iniciou como repórter de notícias televisivas e correspondente do TG3 (um dos canais do grupo).
Posteriormente, trabalhou em programas noticiosos na Rai Uno e Rai Due, antes de se juntar à redação do TG1 em 1996 como correspondente especial.
Durante os 10 anos seguintes, foi responsável pela gestão das emissões noticiosas em horário nobre e pela cobertura dos principais eventos nacionais e internacionais.
Em 2007, tornou-se diretor-adjunto do TG1.
Pelo meio, integrou a associação italiana Articolo 21, liberi di... ("Artigo 21.°, livres de..."), fundada em 2001 e que reúne jornalistas, escritores e advogados para a defesa da liberdade de expressão.
Em 2009, David Sassoli deixou a carreira jornalística e filiou-se no Partido Democrático italiano, de centro-esquerda, fundado dois anos antes.
Concorreu nesse ano às eleições ao Parlamento Europeu pelo círculo da Itália Central e foi eleito eurodeputado, assumindo também funções de líder da bancada parlamentar do Partido Democrático italiano entre 2009 e 2014.
Em outubro de 2012, Sassoli concorreu às primárias do Partido Democrático italiano para ser o candidato do partido a presidente da câmara de Roma nas eleições municipais de 2013, mas não conseguiu ir além do segundo lugar.
Já nas eleições europeias de 2014, quando o Partido Democrático foi o mais votado em Itália, David Sassoli foi reeleito eurodeputado.
Ainda nesse ano, o responsável chegou a vice-presidente da assembleia europeia.
Mais recentemente, nas eleições europeias de 2019, foi reeleito eurodeputado em maio desse ano e acabou ainda por ser o candidato dos socialistas para presidente do Parlamento.
Conseguiu a liderança da instituição em 03 de julho de 2019, sucedendo no lugar ao também italiano Antonio Tajani.
Foi o sétimo italiano a presidir ao Parlamento Europeu, num mandato que deveria terminar em janeiro próximo.
Na vida privada, era casado e tinha dois filhos.
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