O 'drift' ficou submerso na sequência da subida do caudal do rio, devido às chuvas que caem na região, o que levou as autoridades a alocarem embarcações para a travessia dos residentes.
"O INGD [Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres] garantiu hoje mais uma embarcação, porque já tínhamos uma a funcionar na semana passada", quando a passagem ficou submersa, disse Isália Malia, diretora das obras públicas na província de Maputo, citada pela Televisão de Moçambique.
Segundo a fonte, a embarcação foi alocada após o anúncio do incremento de descargas na barragem dos Pequenos Libombos, de 60 metros cúbicos para 120 metros cúbicos.
A responsável reconhece que o problema é recorrente naquela região no período das chuvas, devido ao mau estado da passagem, referindo que se está em conversação com o Governo central para a obtenção de soluções.
O 'drift' está "bastante baixo por isso é que fica constantemente submerso", frisou Isália Malia.
As autoridades moçambicanas tem relatado a interrupção de vias de acesso um pouco por todo o país, na sequência de chuvas e descargas que aumentam o nível das águas, um problema frequente no país.
Na província de Tete, no centro de Moçambique, está interrompida a ligação rodoviária entre o posto administrativo de Mucumbura e M'phende, devido ao corte de 20 metros da Estrada Regional 601.
"Isto é o produto das chuvas que têm ocorrido nos últimos dias. No domingo tivemos uma situação de cerca de 120 milímetros de precipitação", disse Tito Sithoe, administrador do distrito de Magoe, referindo que o corte da estrada foi provocado pelas águas de um riacho.
Segundo as autoridades, chegada ao local, a população é obrigada a abandonar a viatura e a atravessar o troço a pé para depois apanhar um outro autocarro.
"Infelizmente para comunicarmos com todos os postos administrativos temos de atravessar por esta ponte. Mucumbura é uma das zonas mais produtivas que alimenta a sede com diversos produtos", lamentou o administrador.
Pelo menos 10 pessoas morreram e outras 47.493 foram afetadas por chuvas, ventos fortes e outros desastres naturais em Moçambique na atual época chuvosa, segundo um relatório do INGD enviado à Lusa.
Moçambique está a meio da época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre outubro e março, com tempestades oriundas do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
A costa moçambicana poderá ser atingida por um número acima da média de ciclones na época das chuvas, referiu um sumário da Rede de Alerta Antecipado de Fome (rede Fews, na sigla inglesa), consultado em dezembro pela Lusa.
Um total de 96 pessoas morreu devido aos ciclones e outros desastres naturais em Moçambique na última época chuvosa, segundo dados oficiais.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o país.
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