Abdel Fattah el-Sissi disse que o Egito abriga pelo menos seis milhões de pessoas que fugiram do conflito e da pobreza dos seus países de origem, afirmando que o seu governo, ao contrário de alguns de outros países, não mantém os migrantes em campos de refugiados, permitindo que vivam livremente na comunidade.
"Estou a falar de números grandes, não de cinco ou 10 mil, [que] os nossos amigos na Europa se recusam a acolher", disse El-Sissi.
Durante anos, pessoas que fugiam da guerra e da pobreza no Médio Oriente faziam viagens perigos pelos mares Mediterrâneo e Egeu, procurando segurança e uma vida melhor na Europa Ocidental.
O Egito tem sido há décadas um refúgio para migrantes da África subsaariana que tentam escapar da guerra ou da pobreza. Para alguns, o Egito é um destino e um refúgio, o país mais próximo e mais fácil para entrarem. Para outros, é um ponto de passagem antes de tentar a perigosa travessia do Mediterrâneo para a Europa.
O chefe de Estado egípcio disse que o seu governo reforçou a segurança nas fronteiras nos últimos anos e conseguiu evitar que o Egito se torne um ponto de partida para migrantes que fogem de conflitos e da pobreza na África e no Médio Oriente.
"Não permitimos que as pessoas usem o Egito como um ponto de passagem onde as pessoas cruzam para o desconhecido e enfrentam um destino muito duro no Mediterrâneo enquanto migram para a Europa", observou.
Os cometários de El-Sissi surgiram numa conferência internacional de jovens, Fórum Mundial da Juventude", que o Egito organiza na cidade de Sharm el-Sheikh, no mar Vermelho.
Com restrições e segurança apertada nas fronteiras mediterrâneas da Europa, surgiu uma nova rota para os migrantes alcançarem a União Europeia (UE) através das florestas e dos pântanos da Europa Oriental.
Nos últimos meses, cidadãos do Iraque, Síria e outros países voaram para Minsk, capital da Bielorrússia, com vistos de turista e depois viajaram de carro -- muitos aparentemente auxiliados por contrabandistas -- até à fronteira.
Os três países da União Europeia (UE) que fazem fronteira com a Bielorrússia -- Polónia, Lituânia e Letónia -- acusam o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, de agir para desestabilizar as populações.
A Polónia negou a entrada de milhares de migrantes e recusou-se a deixá-los a solicitar asilo, violando as convenções internacionais de direitos humanos. O país tem sido criticado por grupos de direitos humanos.
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