China reforça medidas nas vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno
A China reforçou hoje ainda mais as medidas de prevenção contra a covid-19, enquanto surtos dispersos pelo país surgem nas vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizam em Pequim em fevereiro.
© Lusa
Mundo Covid-19
A capital chinesa ordenou que crianças em escolas internacionais sejam testadas, a partir da próxima semana, e está a barrar passageiros oriundos do exterior que tenham transitado por um terceiro país.
Os cidadãos estão a ser instruídos a fazerem viagens internas apenas se for absolutamente necessário, sem garantia de que serão autorizados a regressar se tiverem visitado uma cidade ou região onde ocorreu um surto.
A cidade portuária de Tianjin, a cerca de uma hora da capital chinesa, ordenou uma terceira ronda de testes em massa a partir de sábado.
Um importante porto e centro manufatureiro com 14 milhões de pessoas, Tianjin é uma das cidades onde o Governo está a impor medidas de confinamento e outras restrições, como parte de uma política para rastrear todos os casos de infeção pelo novo coronavírus.
A sua proximidade com Pequim é particularmente preocupante e as autoridades cortaram todas as ligações entre as duas cidades, após a descoberta de 126 casos, nos últimos dias, todos da variante Ómicron, altamente contagiosa.
Em outros lugares, mais de 20 milhões de pessoas estão confinadas, muitas sem poderem sair das suas casas, numa altura em que aumentam as preocupações com o fornecimento de alimentos e outras necessidades diárias.
As fábricas foram fechadas, afetando o fornecimento de chips de computador e de outros produtos.
A fabricante de automóveis alemã Volkswagen AG disse que fechou duas fábricas em Tianjin na segunda-feira e os funcionários foram testados por duas vezes.
Na cidade de Xian, no norte do país, onde um bloqueio foi imposto a 14 milhões de pessoas, em 23 de dezembro, os moradores foram informados de que as suas avaliações de crédito não serão afetadas se não puderem fazer pagamentos de empréstimos a tempo durante a quarentena.
A cidade de Zhuhai, que faz fronteira com Macau, suspendeu os voos para Pequim e o serviço de autocarros com Cantão, a capital da província de Guangdong.
Zhuhai ordenou testes em toda a cidade e impediu os moradores de saírem, apesar de a Comissão Nacional de Saúde não ter relatado casos de transmissão local na cidade.
A China também proibiu dezenas de voos internacionais de e para a Europa, Canadá, Estados Unidos ou Ásia, depois de vários passageiros terem testado positivo.
O centro financeiro de Xangai, que registou dois casos de covid-19, também suspendeu algumas ligações aéreas.
A China impôs restrições abrangentes desde o início de 2020, logo após o novo vírus ter sido detetado pela primeira vez na cidade central de Wuhan.
Juntamente com testes em massa e vigilância digital dos movimentos das pessoas, as medidas impediram que o vírus se espalhasse para um surto nacional completo, até à data.
A taxa de vacinação do país superou, entretanto, os 85%.
Outros países que tentaram uma abordagem semelhante de tolerância zero abandonaram-na, tendo decidido coexistir com o vírus, enquanto mitigam os seus piores efeitos.
A covid-19 provocou 5.511.146 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
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