Dezenas de milhares manifestam-se em Viena contra vacina obrigatória

Dezenas de milhares de pessoas, cerca de 30.000 segundo a polícia, manifestaram-se hoje em Viena contra a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 e a política de saúde pública do governo conservador-ecologista relacionada com a pandemia.

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Lusa
15/01/2022 19:07 ‧ 15/01/2022 por Lusa

Mundo

Covid-19

A manifestação foi convocada pelo partido de extrema-direita da oposição, FPÖ, liderado pelo controverso Herbert Kickl.

Os manifestantes marcharam pela Ring (Ringstrasse), artéria central de Viena que contorna o centro histórico, entoando 'slogans' como "paz, liberdade e soberania" e escoltados por cerca de 1.000 polícias.

A marcha pelo centro de Viena, que se junta a uma longa lista de protestos organizados nas últimas semanas, realizou-se num ambiente de festa, e a maioria dos manifestantes não manteve a distância social assim como não usou a máscara obrigatória modelo FFP2.

Fotos de uma faixa com uma fotografia de Adolf Hitler e a mensagem "a vacinação liberta" apareceram nas redes sociais, numa clara alusão ao 'slogan' "o trabalho liberta", colocado pelos nazis à entrada de vários campos extermínio.

As manifestações contra a política de saúde pública de gestão da covid-19 na Áustria são frequentadas por conhecidos extremistas de direita e neonazis.

Kickl, que não se distancia destes círculos e que recentemente chegou ao ponto de comparar a discriminação contra os judeus sob o nazismo com as medidas anti-covid, tem vindo a agitar há meses a atmosfera política contra as estratégias de combate da pandemia e, em particular, contra a vacinação obrigatória.

O governo de coligação austríaco, apoiado pela oposição social-democrata e liberal, planeia aprovar no Parlamento nos próximos dias uma lei que impõe a vacinação obrigatória contra o coronavírus, a entrar em vigor em 1 de fevereiro.

As pessoas que não se submeterem à vacinação terão de pagar multas de até 3.600 euros por ano.

O executivo, liderado pelo democrata-cristão Karl Nehammer, diz ter sido forçado a recorrer a esta medida extrema devido à baixa taxa de vacinação na Áustria, onde apenas 70% da população está totalmente vacinada.

Tendo em conta a forte e rápida disseminação da nova variante, alguns políticos da oposição social-democrata e liberal, mas também representantes dos Verdes no poder, apelaram a um adiamento da vacinação obrigatória por alguns meses.

A incidência de infeção nos últimos sete dias na Áustria é de 1.135 casos por 100.000 habitantes, o dobro do valor da semana anterior, embora a pressão sobre os hospitais seja baixa.

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