Israel destrói dezenas de camiões e escavadoras em Gaza

O Exército israelita destruiu cerca de 20 escavadoras e vários camiões de água e do lixo e ainda uma empresa de construção em diversos locais da Faixa de Gaza, disse hoje a Defesa Civil palestiniana.

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© REUTERS/Ramadan Abed

Lusa
22/04/2025 16:36 ‧ há 1 hora por Lusa

Mundo

Médio Oriente

As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram, em comunicado, que na última noite destruíram cerca de 40 veículos de construção, sobretudo pequenos tratores, alegadamente usados por militantes do grupo islamita palestiniano Hamas durante os ataques em 07 de outubro de 2023 em território israelita.

 

O Hamas referiu que aqueles equipamentos eram usados para limpar escombros e localizar desaparecidos, classificando a ação das IDF como uma "flagrante violação do direito internacional".

Em Jabalia, o Exército israelita atacou a garagem municipal de Al-Nazla, destruindo nove escavadoras, segundo relatos da Defesa Civil e da agência de notícias EFE.

Estas máquinas foram doadas pelo comité egípcio-qatari durante o último cessar-fogo para limpar os escombros causados ??por 16 meses de ataques israelitas que devastaram o enclave palestiniano.

As autoridades locais estavam a utilizar estas máquinas para resgatar corpos dos escombros e limpar estradas para permitir que os serviços de emergência tivessem melhor acesso às áreas de Rafah e Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, disse Mohamed al-Mughair, diretor de equipamento e abastecimento da Defesa Civil, em comunicado.

Um camião-cisterna de água, um camião de recolha de águas residuais, um compactador de águas residuais, bem como um camião de lixo e outro de combustível também foram destruídos.

Além disso, Israel destruiu ainda uma escavadora de uma empresa de construção na Cidade de Gaza e mais seis escavadoras em Khan Yunis, disseram fontes locais à EFE.

A Defesa Civil de Gaza acusou, em comunicado, Israel de "destruir as ferramentas do trabalho humanitário em Gaza".

Al-Mughair indicou que o comité egípcio-qatari, ao fazer a doação, forneceu as coordenadas da garagem municipal de Jabalia, onde estava guardada a maquinaria, para que o Exército israelita tivesse conhecimento e não declarasse a área como zona de evacuação ou perigo.

Segundo o Exército israelita, durante a ofensiva em 07 de outubro de 2023, a unidade de engenharia do Hamas utilizou aqueles veículos para derrubar a vedação fronteiriça e abrir caminho aos restantes militantes, que, utilizando carrinhas de caixa aberta e motorizadas, se deslocaram até aos 'kibutz' mais próximos para os arrasar e raptar habitantes.

Já com a guerra em curso na Faixa de Gaza, o Hamas utilizou os veículos "para fins terroristas" e atacar as tropas israelitas, argumentaram os militares israelitas.

"O Hamas utilizou estes veículos para plantar explosivos, escavar 'bunkers' subterrâneos, romper vedações e limpar escombros para localizar armas e equipamento militar sob os destroços", descreveu o exército, acrescentando que se trata de "uma componente central" da capacidade do grupo palestiniano para organizar "planos terroristas".

O Hamas rebateu estas alegações e considerou que a operação israelita "é uma persistência criminosa na guerra de extermínio e uma continuação da política de ocupação fascista de aprofundar o sofrimento do povo palestiniano na Faixa de Gaza e destruir os meios e os fundamentos da vida civil".

Na semana passada, o diretor da unidade do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza responsável pela contagem de mortes, Zaher al-Waheidi, disse à EFE estimar em cerca de 3.100 o número de corpos nos escombros ou em locais inacessíveis.

Além disso, o Ministério da Saúde do executivo controlado pelo Hamas está ainda a avaliar cerca de 4.100 relatos de desaparecimentos, o que se pode traduzir em mais corpos em parte incerta, que, além da guerra, podem estar relacionados com detenções do Exército israelita.

A guerra foi desencadeada pelos ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 51 mil mortos, segundo as autoridades locais, na maioria mulheres e crianças, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.

Deste total, mais de 1.800 perderam a vida desde que Israel retomou os combates, em 18 de março, quebrando unilateralmente a trégua em vigor desde meados de janeiro.

As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais -- Egito, Qatar e Estados Unidos -- para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.

Leia Também: Hamas acusa aviação israelita pela morte de 25 palestinianos em Gaza

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