"Apelamos aos nossos parceiros alemães para que percebam os enormes riscos decorrentes da aprovação deste instrumento de chantagem de Moscovo", disse o Presidente polaco, que assegurou que nesta matéria "a voz da Letónia e da Polónia é unânime".
As declarações foram proferidas durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro letão, Arturs Krisjanis Karins, que iniciou hoje uma visita oficial à Polónia.
Em declarações recentes, Morawiecki caracterizou o projeto Nord Stream 2, controlado pela gigante russa Gazprom e com a participação de empresas alemãs, como "nefasto" e "prejudicial para a segurança não só da Ucrânia e da Europa central" mas de toda a Europa.
Por seu lado, Karins referiu-se às "quatro crises comuns" que o seu país partilha com a Polónia: "covid, ataques híbridos da Bielorrússia, a mobilização ameaçadora das tropas do Kremlin na fronteira com a Ucrânia e o aumento dos preços da energia", disse.
"Em caso de agressão de Moscovo contra a Ucrânia, é importante que os parceiros da União Europeia e da NATO demonstrem que não vão ceder", sublinhou o chefe de Governo da Letónia.
Morawiecki sublinhou que, na sua opinião, "não é segredo que a Rússia está a preparar a invasão da Ucrânia, mas os planos estão apenas na cabeça de uma pessoa ou de um pequeno grupo de pessoas em Moscovo".
Ambos os líderes descreveram a situação do mercado energético na Europa como "produto de forças externas", como a atitude da Rússia, que Morawiecki criticou como "oportunista", e a "política irresponsável e dogmática" da UE na implementação de um sistema de comércio de licenças de emissão (ETS)".
"O meu país apoia a transformação da energia verde da UE, mas os cidadãos comuns não podem pagar por isso", disse por seu turno o primeiro-ministro letão.
Na terça-feira, vários dirigentes políticos do Partido Social Democrata (SPD), força política do chanceler alemão Olaf Scholz, afirmaram que, no caso de a Rússia invadir a Ucrânia, será necessário repensar a autorização do gasoduto Nord Stream 2.
A autorização para o arranque da infraestrutura não pode ser dissociada da situação na Ucrânia, pois é fundamental levar a sério os interesses do país, declarou o presidente da comissão de Negócios Estrangeiros do parlamento, Michael Roth, à cadeia de televisão ARD.
"Temos de reconhecer que a questão do Nord Stream 2 causou grande irritação desde o início e levou a divisões", disse o político social-democrata.
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