Aneeqa Ateeq, uma mulher de 26 anos do Paquistão, foi condenada em tribunal à morte por, alegadamente, ter enviado mensagens com "blasfémias" através do Whatsapp e Facebook.
De acordo com o jornal Guardian, o tribunal de Rawalpindi proferiu a dura condenação depois de ter sido registada contra a mulher uma queixa "sob as leis draconianas de cibercrime e blasfémia do Paquistão".
Segundo a acusação, o homem que a acusa é paquistanês e conheceram-se online, através de uma aplicação de jogos de telemóveis. Os dois começaram a comunicar através do Whatsapp, mas tudo terá corrido mal quando a jovem começou, segundo acusa o paquistanês, a enviar "caricaturas de santos profetas" - especificamente, Maomé - e a fazer comentários sobre “personagens sagrados” no WhatsApp.
A acusação diz ainda que Aneeqa usava a sua conta no Facebook para partilhar "material profano" com outras contas.
Com estas mensagens, Aneeqa "insultou as crenças religiosas dos muçulmanos” de forma “deliberada e intencionalmente profana", diz a acusação.
A mulher negou sempre e acusou o paquistanês que a colocou em tribunal de a arrastar intencionalmente para uma discussão religiosa para poder recolher provas e “vingar-se” depois de esta se ter "recusado a ser amigável com ele", escreve o jornal The Guardian.
Ao abrigo das leis de blasfémia do Paquistão, qualquer pessoa considerada culpada de insultar a religião ou figuras religiosas pode ser condenada à morte. De acordo com uma ordem judicial, a mulher foi também condenada a 10 anos de prisão.
O Paquistão é um estado islâmico altamente rigoroso com as leis sobre blasfémia, proferindo regularmente sentenças de morte. Na prática, as execuções não costumam ser realizadas acabando os acusados a passar a vida na prisão. Os paquistaneses são, inclusive, incentivados a denunciar cidadãos suspeitos de blasfémia para que possa processá-los ou procurar a sua extradição.
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