Mulher condenada à morte por blasfémia em mensagens de Whatsapp

Homem que a acusa é paquistanês e conheceram-se online, através de uma aplicação de jogos de telemóveis.

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Notícias ao Minuto
19/01/2022 23:31 ‧ 19/01/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Paquistão

Aneeqa Ateeq, uma mulher de 26 anos do Paquistão, foi condenada em tribunal à morte por, alegadamente, ter enviado mensagens com "blasfémias" através do Whatsapp e Facebook. 

De acordo com o jornal Guardian, o tribunal de Rawalpindi proferiu a dura condenação depois de ter sido registada contra a mulher uma queixa "sob as leis draconianas de cibercrime e blasfémia do Paquistão".

Segundo a acusação, o homem que a acusa é paquistanês e conheceram-se online, através de uma aplicação de jogos de telemóveis. Os dois começaram a comunicar através do Whatsapp, mas tudo terá corrido mal quando a jovem começou, segundo acusa o paquistanês, a enviar "caricaturas de santos profetas" - especificamente, Maomé - e a fazer comentários sobre “personagens sagrados” no WhatsApp. 

A acusação diz ainda que Aneeqa usava a sua conta no Facebook para partilhar "material profano" com outras contas.

Com  estas mensagens, Aneeqa "insultou as crenças religiosas dos muçulmanos” de forma “deliberada e intencionalmente profana", diz a acusação.

A mulher negou sempre e acusou o paquistanês que a colocou em tribunal de a arrastar intencionalmente para uma discussão religiosa para poder recolher provas e “vingar-se” depois de esta se ter "recusado a ser amigável com ele", escreve o jornal The Guardian. 

Ao abrigo das leis de blasfémia do Paquistão, qualquer pessoa considerada culpada de insultar a religião ou figuras religiosas pode ser condenada à morte. De acordo com uma ordem judicial, a mulher foi também condenada a 10 anos de prisão.

O Paquistão é um estado islâmico altamente rigoroso com as leis sobre blasfémia, proferindo regularmente sentenças de morte. Na prática, as execuções não costumam ser realizadas acabando os acusados a passar a vida na prisão. Os paquistaneses são, inclusive, incentivados a denunciar cidadãos suspeitos de blasfémia para que possa processá-los ou procurar a sua extradição.

Leia Também: Talibãs do Paquistão reivindicam múltiplos ataques contra a polícia

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