O trabalho resulta da Avaliação Longitudinal da Desistência Escolar (ALDE), o primeiro inquérito do género representativo da realidade do país sobre crianças no ensino primário, destaca a agência das Nações Unidas.
Ainda segundo a investigação, "apenas 48% dos alunos do ensino primário estão no ano certo de acordo com a sua idade".
O trabalho retrata assimetrias territoriais e ao nível da distribuição de riqueza, que se refletem no aproveitamento escolar.
Só 46% das crianças das zonas rurais regista uma progressão curricular de acordo com a sua idade, indica-se no relatório, em contraste com as cidades, onde a maioria (65%) está alinhada com esse objetivo.
Por outro lado, "as crianças mais pobres têm três vezes mais probabilidade de ficar muito para trás na escola (quatro ou mais anos) em comparação com os seus pares mais ricos", acrescenta o UNICEF.
A avaliação resulta de uma colaboração entre a Universidade Pedagógica (UP) e o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano moçambicano.
Do mesmo trabalho resultou também um relatório sobre o impacto da covid-19, de acordo com o qual "o acesso e uso de materiais e recursos de aprendizagem foi muito limitado".
"Apenas 16% dos alunos receberam fichas de exercícios do professor", concluiu.
Os dados são divulgados poucos antes do arranque do ano letivo, marcado para 31 de janeiro.
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