Falando à margem de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, disse que a Hungria quer que o projeto "entre na fase de produção" no primeiro semestre deste ano.
A expansão da central nuclear de Paks, no centro da Hungria, envolve a construção de dois novos reatores nucleares e os trabalhos estão a cargo da empresa estatal russa de energia nuclear Rosatom e são financiados com um empréstimo de 10 mil milhões de euros, através de um banco estatal russo.
"Gostaríamos de ver os dois novos reatores operacionais até o final desta década", disse Szijjarto.
Orban e Putin concordaram com a concretização do projeto em 2014, mas o processo atrasou-se por motivos vários.
O Governo nacionalista de Orban, que manteve laços estreitos com a Rússia de Putin, diz que a expansão da única instalação nuclear da Hungria é necessária para tornar o país mais autossuficiente na sua produção de energia.
Os críticos do projeto dizem que a central nuclear coloca a Hungria sob uma maior dependência financeira e política da Rússia e apresenta riscos ambientais e de segurança.
O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro disse que aumentar o volume de fornecimento de gás russo sob um contrato de 15 anos que a Rússia assinou com a Hungria no ano passado também estará na agenda da reunião de Orban com Putin, marcada para 01 de fevereiro.
O contrato, que prevê que 4,5 mil milhões de metros cúbicos de gás russo sejam entregues anualmente à Hungria através da Sérvia e da Áustria, incomodou a Ucrânia, vizinha oriental da Hungria.
O Governo de Kiev argumenta que o acordo prejudica os interesses nacionais da Ucrânia, já que contorna o país e provoca uma perda de receitas.
Szijjarto disse que as negociações de 01 de fevereiro entre Putin e Orban também discutirão a possibilidade de a Hungria passar a fabricar a vacina russa contra a covid-19 Sputnik V, que as autoridades sanitárias húngaras já administraram a quase um milhão de pessoas.
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