Quatro membros da Resistência Galega, o grupo terrorista responsável por 35 ataques com explosivos, em diferentes zonas de Espanha, admitiram os crimes esta segunda-feira e aceitaram as penas acordadas com o Ministério Público espanhol e a Associação das Vítimas do Terrorismo.
Segundo o jornal espanhol El Mundo, Antón García Matos e Asunción Losada Camba receberam a pena mais pesada: 28 anos e três meses de prisão. Estavam acusados de serem os dirigentes do grupo, além de fabrico e tráfico de explosivos, posse ilegal de armas e falsificação de documentos.
Os outros dois membros, Miguel García Nogales e Xoan Manuel Sánchez, foram condenados a quatro anos e meio e três de prisão, respetivamente, por pertencerem a uma organização terrorista.
García Nogales foi o único arguido a querer prestar declarações em tribunal. Nos últimos minutos do julgamento, defendeu que a sua “militância nunca foi orientada para o terror, mas, pelo contrário, para o amor”.
“Quero acrescentar que, apesar de reconhecer os factos e aceitar a decisão do tribunal, considero que nem eu nem os meus irmãos somos definidos pelo adjetivo de terroristas. A minha militância nunca foi orientada para o terror, mas, pelo contrário, para o amor. Milito para cimentar, para espalhar amor pela Galiza, que é um país em perigo de extinção”, frisou.
Na acusação, o Ministério Público espanhol indica que o grupo tinha como objetivo conseguir a independência da Galiza e de parte no Norte de Portugal e "justificavam o uso da violência contra pessoas e bens como único meio de atingir os seus objetivos".
Em outubro de 2020, a Polícia Judiciária portuguesa desativou, em Coimbra, uma base logística do grupo independentista, onde apreendeu "um importante" espólio de material usado nas atividades da organização.
Leia Também: Grupo terrorista queria independência da Galiza e norte de Portugal