"Recomendamos que não viajem para a Ucrânia devido ao risco de conflito armado. O Governo australiano anunciou a saída dos familiares do pessoal da embaixada em Kiev", informou o site oficial de aconselhamento de viagens.
As autoridades aconselham os australianos a deixar o país o mais rapidamente possível num voo comercial se for "seguro".
O anúncio surge depois de os Estados Unidos e o Reino Unido terem ordenado a saída de alguns dos funcionários das suas embaixadas na Ucrânia, medida que a União Europeia (UE) anunciou que não vai tomar.
A Alemanha, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, anunciou hoje, entretanto, que vai facilitar a saída da Ucrânia aos familiares de pessoal diplomático e funcionários de organizações alemãs no país que o desejem.
O objetivo é "garantir a segurança" das pessoas sob a responsabilidade do Ministério, disse o porta-voz, Christopher Burger, durante uma conferência de imprensa em Berlim, esclarecendo que as instituições estatais irão suportar os custos da viagem dos que decidam deixar a Ucrânia.
"Ao mesmo tempo, continuamos a manter a capacidade de trabalho da nossa representação em Kiev. Precisamos de representação diplomática para apoiar a Ucrânia nesta situação", acrescentou Burger.
Questionado pelos jornalistas, o porta-voz explicou que seria possível recorrer a medidas mais extremas, mas que "tendo em conta a situação atual", o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão considera que esta é a "adequada".
A França e a Espanha não seguiram estes países e ficaram pelo aconselhamento a evitar viagens não essenciais à Ucrânia.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol aconselha não viajar para a Ucrânia "exceto por razões essenciais" devido à "volatilidade" da situação com a Rússia, e recomenda que aqueles que estão em território ucraniano não fiquem lá "para além do tempo essencial".
Além disso, Madrid recomenda evitar viagens "em qualquer caso" à república autónoma da Crimeia e às províncias de Donetsk e Luhansk.
Posição idêntica à do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês que escreve na sua página sobre aconselhamento de viagens que, "na medida do possível, é aconselhável adiar as viagens sem natureza essencial ou urgente na Ucrânia".
"No contexto das tensões criadas pela concentração das tropas russas nas fronteiras da Ucrânia, recomenda-se que exerça uma vigilância acrescida e que seja formalmente desencorajada a deslocação às áreas fronteiriças do norte e leste do país", acrescentou.
"Mantemo-nos em estreita consulta com todos os nossos parceiros, especialmente europeus (..) e estamos prontos para adaptar a nossa posição se a situação o justificar", referiu ainda o ministério francês.
A UE disse que não tenciona seguir os Estados Unidos e o Reino Unido na decisão de retirar os familiares do seu pessoal diplomático.
A tensão entre Kiev e Moscovo intensificou-se nas últimas semanas devido ao aumento das tropas russas na fronteira.
As autoridades russas procuram garantias de que a Ucrânia não se juntará à NATO, o que consideram ser uma ameaça à segurança da Rússia.
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