As tropas norte-americanas na Base Aérea de Al-Dhafra, na capital dos EAU, abrigaram-se em 'bunkers' durante o ataque e responderam com os seus próprios mísseis Patriot, noticia a agência Associated Press (AP).
Os ataques ameaçam a economia e turismo dos EAU, uma federação de sete emirados, que inclui o Dubai, e que durante anos tem sido vista como um 'local seguro' num 'bairro perigoso'.
Vídeos divulgados através das redes sociais mostraram o céu de Abu Dhabi iluminando-se antes do amanhecer de segunda-feira, e o que pareciam ser mísseis a atingir os projéteis que se aproximavam.
A agência de notícias estatal WAM noticiou que os fragmentos dos mísseis caíram sobre Abu Dhabi sem causarem estragos.
Os Emirados estão "prontos para lidar com quaisquer ameaças e vão tomar todas as medidas necessárias para proteger o Estado de todos os ataques", acrescentou a WAM, citando o Ministério da Defesa dos EAU.
O porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos reconheceu, em comunicado, que os mísseis Patriot impediram que os mísseis disparados pelos rebeldes iemenitas Huthi atingissem alvos em Abu Dhabi.
"Os esforços combinados impediram com sucesso que ambos os mísseis atingissem a base", pode ler-se.
O disparo dos mísseis interrompeu temporariamente o tráfego no Aeroporto Internacional de Abu Dhabi, durante cerca de uma hora após o ataque.
O porta-voz militar dos Huthi, Yehia Sarei, reivindicou o ataque, em comunicado, acrescentando que os rebeldes atacaram vários locais nos Emirados Árabes Unidos com mísseis balísticos Zulfiqar e 'drones', incluindo a Base Aérea de Al-Dhafra.
Os rebeldes alertaram ainda que os Emirados Árabes Unidos continuarão a ser um alvo "enquanto os ataques ao povo iemenita continuarem".
O mercado financeiro do Dubai fechou com uma queda de quase 2%, com quase todas as empresas a negociarem em baixa, enquanto a bolsa de Abu Dhabi também caiu ligeiramente.
O conflito armado no Iémen começou em 2014, quando os rebeldes Huthis ocuparam Saná e outras províncias do país, e, em março de 2015, o conflito agravou-se, com a intervenção da coligação árabe, com apoio da Arábia Saudita e EAU.
Na passada segunda-feira, os rebeldes xiitas, apoiados pelo Irão, atacaram uma zona do aeroporto internacional de Abu Dhabi e uma zona industrial desta cidade, provocando uma severa resposta da coligação militar liderada pela Arábia Sauita contra as posições Huthis no Iémen.
Ao longo desta semana, a coligação lançou um violento ataque contra a capital do Iémen, Saná, que provocou 14 mortos e 11 feridos.
Na sexta-feira, aviões de combate da coligação realizaram uma ação em que destruíram a torre de telecomunicações na cidade de Al Hudeida, o que causou uma interrupção total do serviço de Internet em todo o país, enquanto um outro ataque, nesse mesmo dia, contra um centro de detenção em Saada, no norte do Iémen, provocou quase 90 mortos e mais de 200 feridos.
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