"Queremos que se retomem os voos para Portugal (...) porque o mundo está normalizar-se e estamos a ficar um pouco para trás", disse o presidente da ALAV, Humberto Figuera, aos jornalistas.
Figuera congratulou-se com a decisão recente do Instituto Nacional de Aeronáutica Civil da Venezuela (INAC) de autorizar voos regulares entre a Venezuela e a Espanha, mas insistiu que "devem normalizar-se todas as frequências e destinos, como têm feito quase todos os países do mundo".
"Entendemos e aceitamos que há que conviver com o coronavírus, mas a propagação não se dá através das companhias aéreas nem dos voos. Todos os países tomaram medidas muito sãs, como exigir a vacinação, testes PCR antes da viagem e alguns países, como a Venezuela, estabeleceram ainda a obrigatoriedade de fazer um teste PCR à chegada", explicou o presidente da ALAV.
Humberto Figuera insistiu que é importante "abrir o destino Venezuela" a "todas as companhias aéreas que se retiraram devido à pandemia e por outros motivos".
"O transporte aéreo é sinónimo de progresso, de economia fortalecida" sublinhou.
Em 24 de janeiro a Venezuela atualizou as restrições às ligações aéreas comerciais de passageiros, para permitir "de maneira excecional" a realização de voos regulares para Espanha, mas continuando a restringir os voos para Portugal.
"De maneira excecional, unicamente estão autorizadas as operações comerciais aéreas para o transporte de passageiros entre a República Bolivariana da Venezuela e os países da Turquia, México, Panamá, República Dominicana, Bolívia, Rússia, Cuba e Espanha", refere um comunicado divulgado pelo Instituto de Aeronáutica Civil (INAC) venezuelano.
Fontes diplomáticas disseram à Agência Lusa que a Venezuela mantém as restrições às operações aéreas entre Lisboa e Caracas e que "apesar de ter chegado a haver a convicção de que poderia haver alguma flexibilização, não há novidade nesse sentido".
Em 12 de dezembro, o embaixador de Portugal em Caracas, Carlos de Sousa Amaro, queixou-se que a Venezuela não tem respondido aos pedidos de autorização para que a TAP realize voos humanitários entre Caracas e Lisboa, apesar de ter autorizado outras companhias.
"Nós, a TAP e a nossa embaixada em nome da TAP, fizemos um pedido para dois voos humanitários em dezembro e dois voos humanitários em janeiro (...) Infelizmente as autoridades venezuelanas ainda não nos deram resposta, não obstante as insistências e os pedidos que temos feito", disse à Lusa Carlos de Sousa Amaro.
Agências de viagem consultadas pela Lusa explicaram que a comunidade lusa local tem perguntado frequentemente pela retoma dos voos diretos para Portugal e que não entendem o motivo pelo qual a TAP não recebe autorização, quando várias companhias aéreas foram autorizadas a fazer voos, nomeadamente entre Caracas e Madrid.
Em 2020, Portugal repatriou mais de 1.200 portugueses, em cinco voos, três deles realizados pela TAP.
A Venezuela está desde 13 de março de 2020 em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 477.022 casos de covid-19. Há ainda 5.425 mortes associadas ao novo coronavírus, desde o início da pandemia.
A covid-19 provocou mais de 5,63 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A nova variante Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.
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