Depois de um intenso debate sobre o futuro da União Europeia (UE) no evento organizado pelo partido espanhol VOX num hotel de Madrid, os signatários da declaração consideraram ser necessário "trabalhar para assegurar que as nações da Europa atuem solidariamente face à ameaça de agressão externa".
"A solidariedade, determinação e cooperação de defesa entre as nações da Europa são necessárias face a tais ameaças", refere a declaração, que aponta também a "ineficácia da diplomacia" da UE e apela para que cada país tenha uma "voz forte e unida" para preservar "a paz, a integridade territorial e a inviolabilidade das fronteiras".
Entre os participantes da cimeira estiveram os primeiros-ministros de Hungria e Polónia, Viktor Orbán e Mateusz Morawiecki, respetivamente, mas também os líderes de outros partidos da direita ultraconservadora europeia e extrema-direita, como Marine Le Pen (França), Marlene Svazek (Áustria), Tom Van Grieken (Bélgica), Krasimir Karakachanov (Bulgária), Martin Helme (Estónia), Vincenzo Sofo e Paolo Borchia (Itália), Valdemar Tomasevski (Lituânia), Rob Roos (Holanda) e Aurelian Pavelescu (Roménia).
"A Comunidade Europeia foi forjada como um espaço de livre cooperação entre espaços soberanos. No entanto, existe uma ameaça crescente que procura transformar a união num megaestado ideológico", sustentam os ultraconservadores, que reiteraram a sua preocupação com os "ataques internos e externos" contra a UE.
Para estes líderes políticos, que se reuniram pela primeira vez em Varsóvia no passado mês de dezembro, a UE corre o risco de se transformar numa entidade que "despreza a identidade e soberania nacionais" e, portanto, a democracia, a pluralidade e os interesses dos cidadãos das nações que a compõem.
Esta deriva, segundo estes partidos, põe em perigo a própria UE, ao "afastar-se dos ideais cristãos europeus sobre os quais foi fundada".
No final da reunião, o vice-presidente para a Ação Política e eurodeputado do VOX Jorge Buxadé descreveu a cimeira como um "êxito retumbante" e salientou que "estão a ser estabelecidas forças em defesa da soberania, da liberdade e do bem comum".
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