"Sobre o acordo nuclear de 2015, o Presidente da República reiterou a sua convicção de que uma solução diplomática é possível e imperativa, e observou que qualquer acordo exigirá compromissos claros e suficientes de todas as partes, nos quais a França está a trabalhar com todos os seus parceiros", sublinha a nota.
"Vários meses após o retorno das negociações em Viena, [Macron] insistiu na necessidade de acelerar para alcançar rapidamente um progresso tangível nesse quadro", acrescenta o comunicado à imprensa.
Durante uma "longa conversa" com o seu homólogo iraniano, Emmanuel Macron enfatizou "a necessidade de o Irão demonstrar uma abordagem construtiva e retornar à plena implementação das suas obrigações".
A Presidência iraniana, por sua vez, disse também num comunicado que "nas negociações a República Islâmica provou a sua disposição e seriedade para chegar a um acordo, e qualquer esforço da outra parte nesse sentido deve incluir o levantamento de sanções, verificação e uma garantia válida".
Na sexta-feira, a França declarou que a negociação poderiam "ter sucesso", quando as negociações entre os países ocidentais e Teerão, em Viena, foram suspensas para que os participantes retornassem aos seus respetivos países para consultas e instruções.
As discussões sobre o programa nuclear iraniano será retomado na próxima semana.
Teerão enfatizou, esta semana o "progresso na direção certa", mesmo que "ainda haja importantes questões pendentes" que exigem "decisões políticas de Washington".
As conversações foram abertas em abril, em Viena, e retomadas no final de novembro após uma suspensão de cinco meses, para implementar este "regresso mútuo" ao acordo firmado em 2015.
O acordo, alcançado entre o Irão, por um lado, e a Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e a Rússia, por outro, ofereceu à República islâmica um alívio drástico das sanções internacionais em troca de limitações igualmente drásticas ao seu programa nuclear.
Porém, em 2018, sob a presidência de Donald Trump, que alegou incumprimento do acordo por parte do Irão, os EUA saíram do pacto e restabeleceram sanções económicas contra o regime iraniano que, em resposta, se libertou gradualmente das restrições às atividades nucleares.
A chegada à Casa Branca do Presidente Joe Biden tornou possível o relançamento das discussões.
Os norte-americanos estão a participar indiretamente, sem nunca se terem encontrado com os iranianos, enquanto a União Europeia e as outras partes desempenham o papel de mediadores.
Na segunda-feira, o Irão considerou pela primeira vez negociar diretamente com os EUA, que disseram estar prontos para estas discussões "urgentes".
Washington insiste que o tempo se está a esgotar, tendo em conta o aumento contínuo do programa nuclear de Teerão.
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