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Meio século depois Derry assinala "Domingo Sangrento" com desfiles

Retratos das vítimas e rosas brancas acompanharam hoje centenas de pessoas num desfile para assinalar o cinquentenário da morte de 14 manifestantes em 1972, na cidade de Derry, Irlanda do Norte, no chamado "Domingo Sangrento" ('Bloody Sunday').

Meio século depois Derry assinala "Domingo Sangrento" com desfiles
Notícias ao Minuto

14:46 - 30/01/22 por Lusa

Mundo Domingo Sangrento

O confronto em Derry entre manifestantes católicos, protestantes e o exército inglês, em 30 de janeiro de 1972, teve origem num desfile de dez mil manifestantes que se deslocavam em direção à Câmara Municipal mas, antes disso, soldados ingleses dispararam contra os manifestantes, provocando a morte a 14 ativistas católicos, alguns menores, e outros 26 feridos.

Foi "um massacre nas nossas ruas", afirmou à AFP um dos participantes no desfile, Michael McKinney, cujo irmão foi morto durante a manifestação pacífica pelos direitos civis em Londonderry, segunda cidade da Irlanda do Norte.

"Percorremos um longo caminho desde o horror daquele dia", acrescentou, sublinhando que as famílias ainda exigem "o julgamento dos criminosos fardados que mataram" os membros das suas famílias.

O primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, tornou-se o primeiro líder da República da Irlanda a participar da cerimónia anual, tendo colocado uma coroa de flores, assim como o ministro das Relações Exteriores irlandês, Simon Coveney.

Uma segunda marcha está prevista para a tarde, nas ruas de Derry -- nome que os habitantes preferem ao nome oficial de Londonderry, sinónimo de dominação britânica -- para assinalar também o momento em que os paraquedistas do primeiro batalhão abriram fogo.

Em 1998 foi firmado o acordo de paz da Sexta-feira Santa que pôs fim a três décadas de conflitos que provocaram 3.500 mortos.

No final de uma investigação que durou 12 anos, a mais longa e a mais cara do Reino Unido, custando cerca de 240 milhões de euros, aos valores atuais, o então primeiro-ministro britânico David Cameron pediu, num comunicado oficial, desculpas por tais atos "injustificados e injustificáveis".

Em meados do ano passado, dois militares britânicos acusados do homicídio em 1972 de um líder oficial do IRA em Belfast foram formalmente absolvidos porque o juiz considerou que as provas apresentadas pelo Ministério Público não eram aceitáveis.

Leia Também: MNE britânica nota "progresso" nas negociações sobre Irlanda do Norte

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