Meio século depois Derry assinala "Domingo Sangrento" com desfiles
Retratos das vítimas e rosas brancas acompanharam hoje centenas de pessoas num desfile para assinalar o cinquentenário da morte de 14 manifestantes em 1972, na cidade de Derry, Irlanda do Norte, no chamado "Domingo Sangrento" ('Bloody Sunday').
© Getty Images
Mundo Domingo Sangrento
O confronto em Derry entre manifestantes católicos, protestantes e o exército inglês, em 30 de janeiro de 1972, teve origem num desfile de dez mil manifestantes que se deslocavam em direção à Câmara Municipal mas, antes disso, soldados ingleses dispararam contra os manifestantes, provocando a morte a 14 ativistas católicos, alguns menores, e outros 26 feridos.
Foi "um massacre nas nossas ruas", afirmou à AFP um dos participantes no desfile, Michael McKinney, cujo irmão foi morto durante a manifestação pacífica pelos direitos civis em Londonderry, segunda cidade da Irlanda do Norte.
"Percorremos um longo caminho desde o horror daquele dia", acrescentou, sublinhando que as famílias ainda exigem "o julgamento dos criminosos fardados que mataram" os membros das suas famílias.
O primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, tornou-se o primeiro líder da República da Irlanda a participar da cerimónia anual, tendo colocado uma coroa de flores, assim como o ministro das Relações Exteriores irlandês, Simon Coveney.
Uma segunda marcha está prevista para a tarde, nas ruas de Derry -- nome que os habitantes preferem ao nome oficial de Londonderry, sinónimo de dominação britânica -- para assinalar também o momento em que os paraquedistas do primeiro batalhão abriram fogo.
Em 1998 foi firmado o acordo de paz da Sexta-feira Santa que pôs fim a três décadas de conflitos que provocaram 3.500 mortos.
No final de uma investigação que durou 12 anos, a mais longa e a mais cara do Reino Unido, custando cerca de 240 milhões de euros, aos valores atuais, o então primeiro-ministro britânico David Cameron pediu, num comunicado oficial, desculpas por tais atos "injustificados e injustificáveis".
Em meados do ano passado, dois militares britânicos acusados do homicídio em 1972 de um líder oficial do IRA em Belfast foram formalmente absolvidos porque o juiz considerou que as provas apresentadas pelo Ministério Público não eram aceitáveis.
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