A antiga primeira-ministra britânica Theresa May questionou o primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson sobre o seu entendimento das regras impostas durante a pandemia Covid-19, cujo desconhecimento ou desrespeito provocou o escândalo "Partygate".
Hoje o primeiro-ministro foi ao parlamento britânico explicar-se perante os deputados e o Reino Unido, prometendo mudanças na estrutura de Downing Street. Na sua intervenção, Boris Johnson fez várias promessas, depois da divulgação do relatório extremamente danoso de Sue Gray, que descreve falhas de liderança e irresponsabilidade de alcoolismo no local de trabalho.
Apesar de alguns terem ficado convencidos com as justificações do governante, dentro do partido conservador a antiga primeira-ministra Theresa May criticou Boris Johnson, dizendo que os ingleses "tinham o direito de esperar que o seu primeiro-ministro lesse as regras e que entendesse o seu significado".
Sugeriu, então, que podem ter existido três opções: "Ou (Boris Johnson) não leu as regras, ou não entendeu o que elas significavam, ou (os funcionários de Downing Street) não acharam que as regras se aplicavam ao número 10. Qual é?"
Recorde-se que o relatório interno do Governo, hoje publicado, sobre o chamado "Partygate" reflete sobre 16 "ajuntamentos" de assessores e membros do Executivo, nomeadamente festas de despedida de funcionários ou de celebração do Natal, dos quais apenas quatro não estão a ser investigados agora pela polícia.
Entre os eventos sob investigação da polícia estão: um nos alojamentos privados de Boris Johnson, a 13 de novembro de 2020, outro quando o assessor Dominic Cummings se demitiu, uma festa de aniversário de Boris Johnson, em junho de 2020, e outros dois ajuntamentos na véspera do funeral do príncipe Filipe, em abril de 2021.
O relatório, conduzido pela funcionária pública Sue Gray, considera que houve "falhas de liderança e discernimento por diferentes elementos do número 10 (gabinete do primeiro-ministro) e do Gabinete (Governo) em momentos diferentes".
Conclui ainda que o executivo deve retirar as lições "que devem ser aplicadas imediatamente em todo o Governo" e que "não precisam de esperar que as investigações policiais sejam concluídas".
Veja o vídeo deste momento de Theresa May:
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