CEDEAO felicita calma e coragem de PR durante ataque ao palácio
O representante da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau, Emmanuel Ohim, disse hoje que a organização felicita a "calma e coragem" do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, durante o ataque à sede do Governo.
© Lusa
Mundo Guiné-Bissau
Em declarações aos jornalistas, à saída de uma audiência com Sissoco Embaló, o representante da CEDEAO disse ter-se deslocado ao Palácio da Presidência, em Bissau, para transmitir a mensagem das autoridades da organização sub-regional africana e ainda disponibilizar apoios.
"Transmiti-lhe os apoios da CEDEAO, ao seu regime, ao seu Governo e ao povo da Guiné-Bissau. Igualmente exprimir ao Presidente da República a condenação firme e sem reserva da tentativa de golpe de Estado", afirmou Emmauel Ohim.
O representante da CEDEAO disse que "ninguém poderia imaginar" o que seria da Guiné-Bissau caso a ação dos homens armados, ainda por identificar, tivesse tido sucesso. Neste particular, afirmou que a organização enaltece a resposta dada por Umaro Sissoco Embaló à situação.
"Também pude transmitir ao chefe de Estado as felicitações das autoridades da CEDEAO pela sua calma e coragem que manteve para sair ileso, são e salvo, daquele acontecimento que durou cinco horas", sublinhou Ohim.
Disse ainda ter transmitido a Embaló a disponibilidade da CEDEAO em continuar os apoios na sua luta contra a corrupção e o tráfico de droga na Guiné-Bissau, bem como no relançamento da economia e do próprio desenvolvimento do país.
Vários tiros foram ouvidos na terça-feira junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por Portugal e por vários outros países.
Em declarações aos jornalistas ao início da noite de terça-feira, no Palácio da Presidência, o Presidente guineense afirmou ter-se tratado de um "ato bem preparado e organizado" que poderá também estar ligado a "gente relacionada com o tráfico de droga".
O ataque provocou pelo menos seis mortos e quatro feridos, segundo fontes militares e médicas.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.
Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.
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