Estados Unidos criticam "abuso escandaloso" dos direitos humanos em Cuba
Os Estados Unidos criticaram hoje o "abuso escandaloso" dos direitos humanos em Cuba, apelando à libertação de centenas de "presos políticos", incluindo menores, detidos após protestos antigovernamentais, em julho de 2021.
© iStock/NeilLockhart
Mundo EUA
O comentário partiu do secretário de Estado Adjunto para os Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian A. Nichols, durante uma comparência perante o Comité dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Brian A Nichols indicou um número de presos políticos em Cuba na ordem dos 700 e considerou "um abuso escandaloso dos direitos humanos" que, entre os condenados dos protestos de julho, se encontrem menores que enfrentam sentenças de entre oito e 10 anos de prisão, "em condições duras".
Os maiores protestos antigovernamentais nas últimas décadas em Cuba ocorreram a 11 de julho, quando se registaram manifestações espontâneas de massas ligadas à grave crise económica do país.
Na sua comparência, Brian A Nichols, chefe do Departamento de Estado para a América Latina, destacou as "múltiplas rondas" de sanções impostas por Washington contra as Forças Armadas cubanas e o Ministério do Interior, face à repressão das autoridades em Havana.
Para que houvesse uma aproximação entre Washington e Havana, Nichols disse que "um primeiro passo" das autoridades cubanas seria "libertar as centenas de presos políticos detidos", bem como "permitir uma maior liberdade de expressão e de acesso à Internet".
Esta é a quarta semana consecutiva em que se realizam julgamentos criminais destes eventos em Cuba.
No total, pelo menos 440 pessoas foram julgadas desde os protestos do ano passado, de acordo com uma contagem do coletivo 11J Justice e da ONG legal Cubalex.
O julgamento, que começou na segunda-feira e durará até à próxima semana no Tribunal Municipal 10 de Outubro, em Havana, é um único caso comum a todos aqueles que estão sob investigação, acusados do alegado crime de sedição.
As penas solicitadas pela acusação variam entre 13 e 25 anos de prisão e, para os menores, entre 13 e 23 anos.
Nem as autoridades cubanas nem a imprensa oficial forneceram informações específicas sobre este julgamento, embora o Gabinete do Procurador-Geral cubano tenha revelado na semana passada, num gesto pouco habitual, o número total de pessoas sob investigação.
Segundo o 11J Justice e a Cubalex, um total de 1.393 pessoas foram detidas em ligação com os protestos de 11 de julho. Destes, pelo menos 730 permanecem em centros de detenção, dos quais 15 têm menos de 18 anos.
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