"Faz quase dois anos desde que decidimos fechar as fronteiras da Austrália", disse Scott Morrison, no final de uma reunião do gabinete de segurança, acrescentando que o país "irá reabrir as fronteiras para todos os portadores em visto a 21 de fevereiro".
Com duas vacinas, vai ser possível receber os turistas na Austrália, disse.
Quem não estiver vacinado e queria entrar em território australiano deve solicitar uma autorização especial de viagem e passar por quarentena num centro designado para o efeito, adiantou a ministra do Interior, Karen Andrews, em conferência de imprensa.
A Austrália expulsou em janeiro o "número um" do ténis mundial, o sérvio Novak Djokovic, por não estar vacinado contra a covid-19.
Sobre o caso Djokovic, Scott Morrison disse: "deve ter enviado uma mensagem muito clara, eu acho, para todos, em todo o mundo, de que esse é o requisito para entrar na Austrália".
Embora a abertura tenha sido anunciada pelo Governo australiano, cada estado tem o poder de implementar medidas próprias. Assim, o o estado da Austrália Ocidental, cuja maior cidade é Perth, continua a manter as fronteiras fechadas.
O enorme continente-ilha fechou as fronteiras em março de 2020, tentando aproveitar a insularidade para se proteger da pandemia da covid-19.
Nos últimos dois anos, os australianos não foram autorizados a deixar o país e apenas alguns visitantes obtiveram autorização excecional de entrada.
As restrições separaram famílias, prejudicaram o setor do turismo e provocaram debates sobre o estatuto da Austrália como um país aberto, moderno e voltado para o exterior.
Os operadores turísticos tinham pressionado o Governo a autorizar a entrada de turistas, numa altura em que está a começar o último mês de verão no hemisfério sul.
O diretor executivo da associação que representa o setor do turismo na Austrália, Peter Shelley, disse, em comunicado, que a decisão é uma excelente notícia para as empresas.
Gradualmente, as restrições tinham já sido aliviadas para australianos, residentes de longa duração e estudantes.
A nova abertura faz parte do abandono da estratégia conhecida como "zero covid", anunciada muito antes da Austrália ser atingida por uma onda da variante Ómicron.
O país enfrenta uma crise devido a surtos que têm afetado principalmente lares de idosos e causado vítimas entre os trabalhadores essenciais.
Desde o início da pandemia, a Austrália registou cerca de 2,4 milhões de casos e mais de 4.250 mortos.
A covid-19 provocou pelo menos 5,723 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, divulgado no sábado.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
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