As vítimas foram abatidas na praia de Nagulue, em Mucojo, no distrito de Macomia, que desde setembro tem sido um dos afetados por ataques atribuídos a insurgentes em fuga da ofensiva militar moçambicana e internacional a norte, em Mocímboa da Praia e Palma.
"As quatro pessoas foram mortas pelos insurgentes e um deles era meu vizinho. Não sei por que foram para aquele local. O governo está a proibir aquela zona devido à insegurança", disse Ernesto Navanga, um residente que tem uma machamba (horta) nas proximidades do local onde os corpos foram encontrados.
Segundo uma outra fonte, os pescadores preparavam-se para usar barcos à vela e foram surpreendidos.
Depois, os agressores "queimaram os barcos. Foi grave o que se passou", lamentou.
De acordo com os relatos, entre os mortos está um deslocado de Palma.
Além das quatro vítimas, um quinto elemento terá escapado ou terá sido raptado, acrescentam.
O ataque em Mucojo aconteceu depois de um outro, no sábado, no interior do distrito de Macomia, em que rebeldes armados atacaram dois camiões basculantes que transportavam material para reconstrução de pontes sobre o rio Messalo, disseram à Lusa duas fontes da sede de distrito.
Um motorista foi abatido e outro contínua desaparecido, acrescentaram.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo que alguns ataques têm sido reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 859 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade do Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu o aumento da segurança recuperando várias zonas onde havia a presença dos rebeldes, mas ataques pontuais persistem noutros pontos da província.
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