"A ciência deu-nos as ferramentas 'para combater a pandemia', se compartilhada globalmente em solidariedade, podemos acabar com a covid-19 como uma emergência de saúde global este ano", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Se os países de ricos pagarem a sua justa parte" do financiamento do ACT-A, este programa "pode ajudar os países mais pobres a superar as baixas taxas de vacinação contra a covid-19, a falta de testes e escassez de medicamentos", disse o responsável, em comunicado.
A disseminação meteórica da variante Omicron torna ainda mais urgente a distribuição equitativa de testes, tratamentos e vacinas, insistiu.
O programa ACT-A, sigla em inglês para Access to tools against Covid, é um dispositivo criado por grandes agências internacionais de saúde, mas também pelo Banco Mundial ou pela fundação Bill e Melinda Gates.
Liderado pela OMS, é responsável por agilizar o acesso a ferramentas de combate à covid-19 em países desfavorecidos.
Um dos seus componentes é o sistema Covax, implantado no início da pandemia e antes da chegada de vacinas eficazes, para tentar garantir o acesso equitativo às vacinas em todo o mundo. Entregou a sua bilionésima dose de vacina em meados de janeiro.
A execução do ACT-A exigiu cerca 23,4 mil milhões de dólares (20,5 mil milhões de euros) no período de outubro de 2021 a setembro de 2022, mas apenas 800 milhões de dólares (701 milhões de euros) foram arrecadados até agora.
O programa exige agora 16 mil milhões de dólares (14 mil milhões de euros) aos países ricos "para preencher o défice de financiamento imediato", com o restante a ser autofinanciado pelos países de média renda.
Seis países - Canadá, Alemanha, Kuwait, Noruega, Arábia Saudita e Suécia - atingiram ou ultrapassaram o nível de financiamento justo.
Apenas 0,4% dos 4,7 mil milhões de testes de rastreamento da covid-19 realizados em todo o mundo foram usados em países desfavorecidos, onde, além disso, apenas 10% da população recebeu pelo menos uma dose da vacina.
O acesso desigual a vacinas, testes e tratamentos covid-19 apenas prolonga a pandemia, sublinhou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que co-preside o Conselho Facilitador do ACT-A.
"Apelo a outros líderes para que aumentem a solidariedade, façam a sua parte e ajudem a salvar as nossas vidas perante o vírus", afirmou.
Ramaphosa e o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, o outro co-presidente, escreveram a 55 países para os incentivar a entregar as suas contribuições.
Leia Também: Diretor da OMS apela a mais colaboração em matéria de origem da Covid-19