Ucrânia: Kiev pede calma e que se evitem situações de pânico
O Governo ucraniano pediu hoje calma e que sejam evitados atos que possam desestabilizar a situação e criar pânico, depois de os Estados Unidos terem alertado que a Rússia pode invadir o país "a qualquer momento".
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Mundo Conflito
"Neste momento, é extremamente importante manter a calma, consolidar [a situação] no interior do país, e evitar atos que desestabilizem a situação e semear o pânico", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano num comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP).
Os Estados Unidos alertaram, na sexta-feira, que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" nos próximos dias, elevando o espetro da guerra na Europa mais do que nunca, numa dramática aceleração dos acontecimentos após uma fase de diplomacia intensa.
Na sequência dessa declaração, o Governo de Washington pediu aos norte-americanos que se encontram na Ucrânia para abandonarem o país imediatamente.
"As Forças Armadas ucranianas estão a acompanhar a situação e estão prontas a responder a qualquer ataque à integridade territorial da Ucrânia", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
Kiev disse que está em contacto "24 horas por dia com todos os parceiros-chave" e que recebe rapidamente informações sobre a segurança do país.
"Continuamos a trabalhar para diminuir a tensão e mobilizar o apoio dos nossos parceiros internacionais para manter a Rússia no quadro diplomático", acrescentou o ministério ucraniano.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
O Presidente norte-americano, Joe Biden, deverá falar hoje com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, bem como o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, cujo país exerce a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE).
Também o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, anunciou hoje que falará nas próximas horas com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov.
"Continuamos a ver sinais muito preocupantes da escalada russa, incluindo a chegada de novas forças às fronteiras da Ucrânia", disse hoje Blinken numa conferência de imprensa nas Fiji, citado pela AFP.
A Rússia iniciou hoje novas manobras navais no Mar Negro, ao mesmo tempo que está a realizar exercícios de prontidão de combate na Bielorrússia, e nas fronteiras da UE e da Ucrânia.
Na quinta-feira, a Ucrânia acusou a Rússia de bloquear partes do Mar Negro, do Mar de Azov e do Estreito de Kerch, sob o pretexto de realizar exercícios navais regulares.
Esta situação "pode causar consequências económicas e sociais complexas, especialmente para os portos da Ucrânia", segundo uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
"A Ucrânia está a trabalhar estreitamente com os parceiros, principalmente os da região do Mar Negro, para assegurar que tais ações da parte russa recebam uma avaliação e resposta adequadas", acrescentou.
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