Nova Zelândia enfrenta protestos contra vacinas com música 'Macarena'
As autoridades em muitos países enfrentam manifestantes com cargas policiais, mas o presidente do Parlamento da Nova Zelândia recorreu a êxitos musicais antigos, incluindo o tema 'Macarena', para tentar acabar com um protesto contra as vacinas anticovid-19.
© Getty Images
Mundo Covid-19
Centenas de manifestantes continuavam hoje acampados junto ao Parlamento de Wellington pelo sexto dia consecutivo, num protesto que chegou a reunir cerca de 3.000 pessoas, segundo a polícia neozelandesa.
Para tentar desencorajar os manifestantes, o trabalhista Trevor Mallard recorreu ao sistema de altifalantes do Parlamento para difundir músicas em 'loop' (de forma repetitiva), juntamente com mensagens educativas sobre a covid-19 e a importância das vacinas, segundo as agências EFE e Associated Press (AP).
Para tentar "abafar" o som do sistema do Parlamento e canções como a dos espanhóis Los del Río ou de artistas como o norte-americano Barry Manilow, os manifestantes responderam com música da sua escolha, que reproduziram nos seus próprios altifalantes.
Well, it looks like the protestors are coming out on top in the music-off tonight. This song was a particular favourite with the crowd…@SeanPlunket #youropinionmatters #convoynz2022 #convoy2022nz pic.twitter.com/tpcqdXsp6T
— The Platform NZ (@theplatform_nz) February 13, 2022
Recorreram também à buzina de um camião para tentar manter vivo o protesto, inspirado pelos camionistas canadianos do movimento contra a vacinação 'Caravana da Liberdade'.
A lista musical dos manifestantes incluiu o tema 'We're Not Gonna Take It', que pode ser traduzido por "não o vamos aceitar", da banda norte-americana de 'heavy metal' Twisted Sister, que começa por dizer "tenho febre".
A medida do presidente do Parlamento provocou uma multiplicidade de reações nas redes sociais, incluindo a do cantor britânico James Blunt, que, numa mensagem irónica no Twitter, pediu para ser tido em conta se a música escolhida por Mallard não funcionasse.
Give me a shout if this doesn’t work. @NZPolice https://t.co/AM2dZ6asMS
— James Blunt (@JamesBlunt) February 12, 2022
Nem estas medidas de pressão não violentas nem uma tempestade que tem assolado Wellington desde sábado, com chuvas fortes e ventos de até 130 quilómetros por hora, dissuadiram os manifestantes que continuavam hoje acampados em frente ao Parlamento.
O protesto começou com uma caravana de camiões e carros que se dirigiu até ao Parlamento de Wellington, inspirada nos protestos no Canadá, e, desde então, entre 400 e 500 manifestantes têm-se mantido em tendas que montaram no complexo.
O Governo da Nova Zelândia, da primeira-ministra trabalhista Jacinda Ardern, adotou uma das estratégias mais rigorosas do mundo para combater a pandemia de covid-19.
O plano implicou o encerramento das fronteiras do país da Oceânia e a obrigatoriedade da vacinação para certos profissionais, incluindo professores, médicos, enfermeiros, polícia e pessoal militar.
Muitos manifestantes no Parlamento também se opõem à obrigatoriedade do uso de máscara em certas situações, como nas lojas ou nas salas de aula para crianças com mais de 8 anos.
A estratégia do Governo permitiu que o país de cerca de cinco milhões de habitantes registasse até agora apenas 53 mortes por covid-19, entre menos de 20.000 casos de infeção, e com 77% da população vacinada.
A nível mundial, a pandemia de covid-19 provocou mais de 5,7 milhões de mortos desde que o vírus que provoca a doença respiratória foi identificado no final de 2019.
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